Haddad atribui Selic em 13,75% a descontrole de contas públicas de Bolsonaro
Ministro da Fazenda disse que preocupação do governo é o baixo crescimento econômico
SBT News
O ministro da Fazenda Fernando Haddad chamou de "farra eleitoral" o pacote de bondades de Bolsonaro no período que antecedeu as eleições presidenciais no ano passado e afirmou que a taxa de juros em 13,75% a partir de agosto se deve ao descontrole das contas públicos promovido pela gestão anterior e que teria feito a inflação subir e alcançar o dois digitos. As afirmações foram durante uma sessão conjunta de comissões na Câmara Federal.
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Segundo Haddad, as desonerações, gastos adicionais, auxílios até a eleição, e antes, a própria PEC dos Precatórios somaram mais de R$ 300 bilhões de reais em termos anualizados. O ministro fez questão de afirmar que as relações entre a Fazenda e o Banco Central são cordiais e disse que a preocupação do Palácio do Planalto em relação à alta taxa de juros é motivada pelo baixo crescimento econômico que o país vem apresentando nos últimos dez anos. "É por isso que estamos preocupados com juros, não porque a pessoa que está lá [Banco Central] foi nomeada pelo governo anterior.
O ministro citou exemplos de como a alta da selic tem prejudicado os números da economia. Falou da indústria automobilística nacional, que produz em 50% da capacidade, e comercializa 70% dos carros à vista por restrições ao crédito. Em outro exemplo, Haddad mencionou a taxas de juros adotada em outros países desenvolvidos, em que a inflação está mais elevada que a brasileira, mas os juros são negativos.
O ministro disse ainda que o governo vem adotando medidas que abrem espaço para a redução da selic. Entre as medidas saneadoras estão a reoneração dos combustíveis considerada uma vitória de Haddad sobre a ala política do próprio Partido dos Trabalhadores.