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Economia

"Brasil não se preparou para a reindustrialização", analisa pesquisador

Além de um arcabouço fiscal, é preciso mais comprometimento com o ESG, incluindo investimento em educação

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Luis Cassineli e Davi Bontempo com Pablo Valler
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Diante de problemas como a diminuição na participação do Produto Interno Bruto (PIB), que foi de 20 para 11% em 30 anos, e a crescente colaboração com impostos, que já chega a 29,5% da arrecadação tributária nacional, está óbvio que indústria brasileira precisa de uma revisão. Tanto que essa necessidade é um dos principais objetivos de governo de Luis Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. O vice-presidente, inclusive, acumula a função de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comérdio e Serviços (MDIC) para acompanhar de perto os programas que serão propostos. 

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Entretanto, governos, industriários e a população em geral estão preparados para tal? A população entra nessa questão por conta do preparo para exercer as funções que uma indústria mais moderna exige. Para Luis Cassinelli, coordenador da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), "pelo menos, duas gerações até estabilizar a base. É importante começar agora. Nós vimos o que aconteceu com a Coreia e com a China, que investiram um monte em educação e estão colhendo os resultados agora. Nós, há 30 anos, éramos maiores em termos de PIB que a Coreia e hoje as coisas estão se invertendo".

Já os industriários precisam estar alinhados ao que o mercado exige hoje em dia. Basicamente, os parâmetros ESG. Afinal, de nada adiantaria investir em estrutura, por exemplo, se a forma de trabalhar agride o meio ambiente, impacta negativamente a sociedade e tem falhas éticas na govenança. Teria prejuízos por conta da rejeição dos investidores. "Não se compra mais nada de área de desmatamento. Outra: tem o perfil do consumidor, que vem mudando, quer saber como aquele produto é produzido, como que aquele serviço é prestado, quanto gerou de emissões, se a empresa tem um programa que comtempla o social, se tem gestão de resíduo, se tem eficiência energética, se tem rastreabilidade", exemplifica Davi Bontempo, gerente-executivo de sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI). "As grandes empresas já estão preparadas e incorporaram a agenda ESG dentro da sua estratégia", analisa ele, lembrando ainda que as médias e pequenas acabam influenciadas. O que não basta. É preciso envolvimento total.

O governo precisa criar o cenário, com leis e regulações que não devem burocratizar os processos e, sim, facilitar. Um exemplo são as regras fiscais - ou o arcabouço fiscal -, que o Ministério da Economia trabalha para atualizar. "É importante a simplificação. Eu venho da iniciativa privada, uma empresa que tinha 50 advogados para defender a empresa quando cometia algum erro, que é comum num sistema intrincado como o nosso. Tem que simplificar para viabilizar outras empresas, incluindo as de fora, para investirem aqui".

Essas e outras ideias para a reindustrialização do Brasil estão no episódio 17 do Foco ESG. Assista aqui:

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