Setor de reparação de veículos cresce 15% no primeiro trimestre de 2023
Mercado de carros novos sofre com desaceleração nas vendas, oficinas e autopeças veem crescimento
SBT News
Os juros elevados, o preço dos veículos em patamares recordes, a queda no poder de compra da população e a inadimplência das famílias têm sinalizado tempos difíceis para o mercado automotivo. Na contramão, o setor de reparação de carros cresceu 15% nos três primeiros meses deste ano, de acordo com Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos, surfando sobretudo nas ondas causadas pelo mau tempo e pela estagnação na venda de veículos novos, que já preocupa as montadoras instaladas no Brasil.
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Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos, a indústria de autopeças deve arrecadar R$ 11,7 bilhões adicionais este ano, totalizando R$ 202,7 bilhões e um crescimento de 6,1% em comparação a 2022, quando o setor faturou R$ 191 bilhões, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos.
Enquanto isso, a projeção da Fenabrave é de que o volume de veículos novos, este ano, permaneça nos mesmos 1,9 bilhão de unidades vendidas em 2022, em outras palavras, crescimento zero. Flavio Padovan, sócio da consultoria MRD Consulting, explica que a queda da renda do brasileiro e o preço dos carros estão em patamares muito altos para a população em geral, o que impossibilita a aquisição de veículos novos e aumenta a reparação e venda de autopeças.
"Durante a pandemia, a principal razão que impulsionou o setor de reparação foi a diminuição da produção de veículos, por causa da falta de matéria prima para a fabricação de peças e semicondutores. Isso fez com que muitos brasileiros passassem a reparar seus veículos, em vez de comprar um novo. Mais recentemente, persiste a crise econômica, a inadimplência e outros fatores que impedem o brasileiro de trocar o veículo", finaliza Padovan.