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Economia

Produção industrial recua 0,2% em fevereiro, em terceira queda seguida

Ritmo menor da produção é resultado do ciclo de aperto monetário, diz Fiesp; projeção para o ano é de - 0,5%

Imagem da noticia Produção industrial recua 0,2% em fevereiro, em terceira queda seguida
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A atividade da indústria nacional recuou 0,2% em fevereiro, terceiro resultado mensal negativo em sequência. A comparação é com janeiro de 2023. O indicador, divulgado nesta 4ª feira (19.abr) pelo Instituto Brasileiro de Georgrafia e Estatística (IBGE), representa queda de 2,4% sobre fevereiro do ano passado.

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Em dezembro/22 a produção da indústria já tinha declinado 0,1%; em janeiro/23, nova queda, de 0,3%. Com mais um recuo, a indústria acumula perda produtiva de 0,2% desde dezembro (média móvel trimestral). No ano, baixa 1,1%; e em doze meses, perde cumulativamente 0,2%. Confira gráfico do IBGE abaixo. 

Comparativos da evolução da indústria | Fonte: IBGE 

Por categorias 

Duas das quatro grandes categorias econômicas e nove dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção. Entre as atividades, as influências negativas mais importantes vieram de produtos alimentícios (-1,1%), produtos químicos (-1,8%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-4,5%). Outras contribuições negativas relevantes vieram de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-3,5%) e de produtos de metal (-1,4%).

Entre as 16 atividades com alta na produção, indústrias extrativas (4,6%) exerceu o principal impacto em fevereiro de 2023 e intensificou a expansão de 3,4% assinalada em janeiro último, quando interrompeu dois meses consecutivos de queda na produção, período em que acumulou redução de 8,0%. Entre as grandes categorias econômicas, também sobre janeiro, bens de consumo duráveis, ao recuar 1,4%, assinalou a taxa negativa mais acentuada em fevereiro de 2023, intensificando, dessa forma, a perda de 1,2% registrada em janeiro último. O segmento de bens de consumo semi e não duráveis (-0,1%) também teve redução na produção, interrompendo quatro meses consecutivos de crescimento, período em que acumulou alta de 2,4%. 

Por outro lado, os setores de bens de capital (0,1%) e de bens intermediários - que são bens destinados a produzir outros bens - (0,5%), que  apontaram os avanços em fevereiro de 2023, com ambos interrompendo dois meses seguidos de queda na produção, período em que acumularam perda de 6,0% e 1,5%, respectivamente.

Desempenho da Indústria em fevereiro - setores | Reprodução/SBT

Média móvel trimestral varia -0,2% no trimestre encerrado em fevereiro

Ainda na série com ajuste sazonal, a média móvel trimestral para o total da indústria mostrou variação negativa de 0,2% no trimestre encerrado em fevereiro de 2023 frente ao nível do mês anterior, após registrar -0,1% em janeiro último.

Frente a fevereiro de 2022, a indústria recua 2,4%

Na comparação com fevereiro de 2022, o setor industrial caiu 2,4% em fevereiro de 2023, com resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 17 dos 25 ramos, 57 dos 80 grupos e 56,8% dos 789 produtos pesquisados.

Bens de capital teve queda mais acentuada contra fevereiro de 2022

Entre as grandes categorias econômicas, ainda no confronto com igual mês do ano anterior bens de capital (-12,4%) assinalou a queda mais acentuada. O setor produtor de bens intermediários (-2,8%) também mostrou resultado negativo nesse mês e com perda mais intensa do que a observada na média da indústria (-2,4%).

Por outro lado, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (0,2%) e de bens de consumo duráveis (2,1%) registraram os avanços nesse mês.

Acumulado janeiro-fevereiro apresenta queda de 1,1%

O índice acumulado para janeiro-fevereiro de 2023, frente a igual período do ano anterior, foi de -1,1%, com resultados negativos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 25 ramos, 47 dos 80 grupos e 52,3% dos 789 produtos pesquisados. 

Já entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os dois primeiros meses de 2023 mostrou menor dinamismo para bens de capital (-9,7%). O setor produtor de bens intermediários (-2,2%) também assinalou resultado negativo no primeiro bimestre do ano e com perda mais intensa do que a observada na média da indústria (-1,1%).

Por outro lado, os segmentos de bens de consumo semi e não duráveis (2,4%) e de bens de consumo duráveis (7,6%) registraram os avanços no indicador acumulado no ano.

Leitura da Fiesp

A diminuição no ritmo de produção da indústria reflete o ciclo de aperto monetário, comenta a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). A Fiesp projeta queda de 0,5% para a atividade industrial neste ano. "O quadro de fraco dinamismo da atividade industrial pode ser amenizado com uma redução forte da taxa de juros, recuperação dos canais e condições de crédito, assim como a continuidade da descompressão nas cadeias de fornecimento", analisa a federação. 

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