Dólar tem terceira queda consecutiva frente ao real e fecha a R$ 4,928
É a menor cotação para moeda americana desde junho de 2022; "há limites para as quedas", diz analista
O dólar cravou nesta 5ª feira (13.abr) sua terceira queda consecutiva frente ao real. Ao final da sessão, a moeda americana fechou cotada para venda a R$ 4,928, em baixa de 0,27%. Menor cotação desde junho do ano passado. Mas a mínima do dia foi ainda mais embaixo: R$ 4,89. Com as cotações barateando, houve movimentação de compra ao longo da tarde, diminuindo as perdas.
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O fluxo positivo de moeda estrangeira em direção ao Brasil é fator determinante para o cenário atual. Com os números da inflação mais "comportados" nos Estados Unidos, com pedidos de seguro-desemprego também crescendo -- nesta 5ª feira foram divulgados mais 11 mil novas requisições nos EUA -- os agentes de mercado já consideram sólida a aposta de, no mínimo, uma manutenção da taxa de juros nos domínios de Tio Sam.
E como o Brasil lidera o ranking mundial de taxas de juros reais, a diferença entre uma e outra joga a favor do Real, à medida em que o investidor com mais apetite por risco busque a rentabilidde maior que o Brasil oferece via juros. Cenário beneficiado também pela inflação no Brasil dando sinais de que acusou o golpe dos juros altos -- finalmente -- e pela boa vontade com as novas regras para o equilíbrio fiscal, a caminho do Congresso.
Tudo tem limite
Mas tudo que desce....um dia para de descer, no outro tende a subir. A visão de parte dos analistas de mercado dá conta de um limite para o dólar baixar. É a opinião do economista e consultor André Perfeito. Entre os motivos que levam à apreciação presente do Real, ele menciona "a crise bancária que aconteceu após a quebra do SVB fez o trabalho sujo, por assim dizer, de uma alta de juros por lá, como o próprio FED [Federal Reserve, Banco Central americano] argumentou".
Neste sentido, os juros nos EUA já estariam em "ponto de corte", beneficiando a moeda brasileira. E tem mais, segundo André.
" Apesar dos ruídos no início do ano entre Planalto e BCB era claro que mesmo assim haveria corte de juros este ano. Uma vez diminuída a tensão entre os dois pela atuação do Ministério da Fazenda e com a apresentação do Arcabouço Fiscal, isso sem contar um IPCA que foi "limpado" de pressões de médio prazo (me refiro a reoneração em parte da gasolina e da reinserção da tarifas de distribuição e transmissão no ICMS da energia elétrica) a perspectiva de corte de juros se torna mais clara fazendo bolsa subir e dólar cair' - André Perfeito
André Perfeito acredita que o dólar volte a ganhar alguma força ao longo do segundo semestre, chegando ao fim do ano em R$ 5,00 mais uma vez.
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