Consumo nos lares brasileiros cresceu 3,89% em 2022, mostra levantamento
Pagamento de benefícios sociais, queda no desemprego e na inflação auxiliaram resultado
Giovanna Colossi
O consumo nos lares brasileiros manteve-se positivo, ao longo de 2022, e encerrou o ano em alta de 3,89%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O anúncio, feito nesta 5ª feira (26.jan), apontou, no entanto, que deve haver uma desaceleração em 2023, com projeção inicial de crescimento de 2,5%.
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Segundo a entidade, o consumo das famílias brasileiras foi impulsionado principalmente pelo pagamento de benefícios sociais. A queda nos preços dos alimentos básicos e o aumento do emprego formal deram impulso de forma ainda mais expressiva no último trimestre. No período, o indicador permaneceu em patamar acima de 3%, com altas acumuladas em outubro (3,02%), novembro (3,52%) e dezembro (3,89%).
É o maior resultado acumulado desde junho de 2021, quando o indicador atingiu 4,01%, e supera as projeções da associação estimadas entre 3,00% e 3,30%. Esses números já haviam sido revistos, em agosto, após a liberação do pacote de benefícios de cerca de R$ 42 bilhões pelo governo federal para os programas Auxílios Brasil, Gás, Caminhoneiro e Taxista.
"É um resultado bastante positivo nos consumos dos lares. É importante deixar registrado que todos os aspectos de auxílio tiveram uma participação muito grande e chegaram a representar 67% do que era direcionado ao consumo dos lares. Sabemos a importância da manutenção desse auxílio", analisou o vice-presidente Institucional da Abras, Marcio Milan
2023
A projeção inicial para 2023 de 2,5% leva em consideração as tradicionais despesas de início do ano e não deve ser motivo de preocupação, segundo Milan. Ainda que seja uma projeção menor, não há um recuo, já que a previsão é que haja um crescimento de 2,5% em cima dos 3,89% acumulado em 2022.
Ainda segundo Milan, o fato de o novo governo ter mantido os benefícios sociais e anunciado o reajuste do salário-mínimo em percentual acima da inflação, a manutenção do pagamento do Bolsa Família em R$ 600 e o pagamento (previsto a partir de março) de R$ 150 por criança de até seis anos para as famílias inscritas nos programas de transferência de renda, levam recursos que são destinados ao consumo dos lares, o que pode levar a revisão para cima da projeção.