Bares e restaurantes não repassam inflação integral para os cardápios
Aumentos da alimentação fora de casa são maiores do que a média da inflação em geral
A maioria dos bares e restaurantes do país não repassou o aumento da inflação para os preços dos cardápios no mês de outubro. Ao menos não integralmente. O resultado está na Pesquisa da Associação Brasileira dos Bares e Restaurantes (Abrasel) feita com 1.263 estabelecimentos de todo o país entre 26 de outubro e o dia 05 de novembro.
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De acordo com o levantamento, 61% dos empresários do setor não corrigiram os preços de sua lista de produtos/serviços na proporção da subida da inflação: 40% deles realizaram reajustes abaixo da média da inflação nos últimos doze meses (6,47%).
Outros 31% dos estabelecimentos não aumentaram em nada seus preços. 19% fizeram reajuste de forma a zerar a inflação do período. E 10% reajustaram acima da inflação acumulada.
A Associação do setor aponta que, em 12 meses, a inflação específica de seus principais insumos (alimentos e bebidas) subiu 11,21%. Motivo que 49% dos entrevistados apontam como sendo a razão que levou as empresas a amargarem prejuízo.
Refeição fora de casa
O levantamento aponta também uma comparação de recortes dos custos do setor com os índices de preços. O cálculo da inflação fora do lar, por exemplo,marcou alta de 7,30%.
"O setor encontra-se em recuperação, mas a inflação é um dos principais obstáculos para uma retomada mais robusta", avalia Paulo Solmucci, presidente da entidade.
Entre os fatores que pressionam os resultados das empresas, a Abrasel destaca:
- Custos dos insumos -- as cervejas subiram 9,97% nos supermercados, e apenas 6,63% nos bares e restaurantes;
- Endividamento em relação a tributos do Simples Nacional, que abriga 83% dos entrevistados. 46% deles aderiram ao programa de recuperação específico e mesmo assim, 33% têm parcelas em atraso.
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