"Brasil vive recuperação econômica sólida", diz Guedes no FMI
Após encontros em Washington, documento assinado pelo Brasil representa nações "acionistas" das instituições
!["Brasil vive recuperação econômica sólida", diz Guedes no FMI](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FReuniao_do_FMI_d03ed4bbf1.jpg&w=1920&q=90)
Nesta 6ª feira (14.out), principal dia do ciclo de reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, coube ao Brasil papel relevante: representar um grupo que pode ser entendido como sendo formado por nações "acionistas" do Banco. E foi o ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, quem assinou o texto que reporta os interesses coletivos destes países: Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Haiti, Panamá, Filipinas, Suriname e Trinidad e Tobago.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Os temas abordados pelo documento neste ano são Alimentos e Energia, Segurança, Mudanças Climáticas e Educação e Desafios do Desenvolvimento.
Como pano de fundo para as observações conjuntas, o relatório aponta as dificuldades pelas quais o mundo passou e, em alguns casos, segue enfrentando. Nas conclusões, conclama as entidades internacionais a participarem do enfrentamento dos problemas e busca das soluções em cada tema.
Guerra
Uma das ênfases do pronunciamento recai sobre a Guerra da Ucrânia; "O Brasil já se manifestou claramente contra: na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e no Conselho de Segurança da ONU", destaca Paulo Guedes no texto. A seguir são relacionadas as consequências do conflito sobre cenários que envolvem uma "inflação global severa e os efeitos da pandemia" que ainda se fazem sentir. Outro aspecto ressaltado é a crise de suprimentos ante "demanda crescente por alimentos e energia, que piorou com a guerra".
Clima
Também são tratados os impactos das mudanças climáticas, que levam a eventos extremos sobre o ambiente. O conteúdo da abordagem tende a tratar o Brasil como exemplo para o enfrentamento de vários destes cenários.
"O Brasil vive uma recuperação econômica sólida, principalmente devido às políticas de consolidação fiscal e ambiente favorável aos negócios a partir de reformas que ocorreram nos últimos anos", diz o documento.
As autoridades brasileiras listam, a partir daí, os bons momentos dos principais fundamentos da economia brasileira: expectativa de crescimento de 3% do PIB neste ano, desemprego em 8,9% e com tendência de queda; reformas estruturantes para viabilizar ambiente de negócios com a implantação do 5G, o Marco do Saneamento e outros. A geração de "82,3% de sua eletricidade a partir de fontes renováveis" e a atenção com o meio ambiente.
![](https://static.sbt.com.br/noticias/images/content/20221014155351.jpeg)
Convite
A partir de tais exemplos e já próximo das conclusões, o paper oficial é objetivo: "o Banco Mundial deve buscar formas de aumentar o financiamento disponível para enfrentar os desafios globais atuais e futuros. Recursos adicionais para lidar com as mudanças climáticas e as pandemias devem ser fornecidos, mantendo a ênfase em alcançar os Objetivos Gêmeos do World Bank Group (WBG) de acabar com a pobreza extrema e aumentar a prosperidade compartilhada."
E trata ainda com especial atenção ao problema da Educação. Relaciona a Covid-19 como responsável por um aumento dramático na pobreza de aprendizagem. E recomenda, em acordo com as "lições" do Banco Mundial na pandemia:
"Manter as escolas abertas e prolongar os períodos de aulas; avaliar o aprendizado dos alunos e fornecer professores com as ferramentas necessárias para adaptar o ensino ao nível de cada aluno; simplificar o currículo e concentrar-se nos fundamentos; estabelecer um compromisso político nacional para a recuperação da aprendizagem, que é impulsionado por uma medição de aprendizagem confiável."
Uma vez mais, a atuação do Brasil é destacada, desta vez no projeto Recuperando Perdas de Aprendizagem da Pandemia de Covid-19 no Brasil, em parceria como o Banco Mundial. Até concluir: "Convidamos o Banco Mundial a continuar ajudando os países em desenvolvimento por meio de sua extensa e lista de abordagens, aumentando a difusão de conhecimentos e a mobilização de financiamento", numa chamada explícita ao compartilhar de conhecimentos, ações e financiamentos.