Amazônia: bancos centrais do mundo financiam indiretamente o desmate
A fim de gerar liquidez no mercado, bancos financiam projetos que nem sempre são sustentáveis
O Federal Reserve, dos EUA, o Banco da Inglaterra, assim como o Banco Central Europeu e outras das maiores instituições financeiras do mundo estariam financiando indiretamente o desmatamento da Amazônia, denuncia uma análise da ONG Global Witness, publicada no jornal britânico The Guardian na 5ª feira (29.set).
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É que quando financiadoras privadas deixam de emprestar dinheiro às empresas, muitas delas da agropecuária, os bancos centrais costumam abrir negociações para injetar liquidez nos mercados financeiros. São os conhecidos "programas de compra de ativos".
O pior nesse contexto é que são justamente os bancos centrais -- que praticamente regulam os mercados em seus territórios -- que exigem das instituições privadas a transparência das negociações, pedindo informações que comprovem a sustentabilidade. As populações que tem aplicações em ativos públicos também acabam participando.
O texto diz: "Como esses programas são garantidos pelos respectivos governos nos Estados Unidos, Reino Unido e Estados-Membros da UE, isso significa que os contribuintes em todos esses territórios estão inadvertidamente apoiando empresas envolvidas na destruição da Amazônia e de outras florestas tropicais".
Este ano, até agosto, foi o pior em 15 anos para a conservação da Amazônia, que perdeu 7.943 km² de floresta, conforme a verificação por satélite do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
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