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Economia

Bolsonaro a banqueiros: "Me julguem por ações, não por assinar cartinha"

Federação dos Bancos recebe presidente com discurso pronto e falando em diálogo e debates de ideias

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Bolsonaro na Febraban
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Em encontro com banqueiros na Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) nesta 2ª feira (8.ago), o presidente Jair Bolsonaro (PL) repetiu discurso que já havia assumido anteriormente: em tom de reclamação, disse aos líderes de alguns dos mais importantes bancos brasileiros que eles deveriam julgá-lo por suas ações, e não por assinar cartinhas, em alusão aos documentos pró-democracia que contam com o apoio daquelas instituições. Entre os bancos representados no almoço, estiveram diante de Bolsonaro, entre outros, os principais executivos do Bradesco, Octavio de Lazari Junior; do Citibank, Marcelo Marangon; do Santander, Mário Leão; e do Itaú, Milton Maluhy.  

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Ainda que o governo tenha feito críticas aos bancos recentemente, como no episódio em que o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira -- presente ao encontro -- , disse que os bancos reagiam às ações do governo porque teriam "perdido milhões" com a criação do pix, o presidente Bolsonaro vislumbrou na reunião a oportunidade para sugerir aos bancos que cobrassem "o menos possível" em juros sobre os créditos consignados do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

Bolsonaro já tinha se valido de expediente semelhante em encontro com supermercadistas, semanas atrás, quando pediu que não houvesse mais aumentos de preços de alimentos até o ano que vem. Naquela ocasião, o presidente foi apoiado pelos conselheiros da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras). No encontro com os banqueiros, no entanto, Bolsonaro fez o pedido sabendo que várias das principais instituições financeiras do país já se posicionaram contra conceder essa modalidade de crédito vinculada aos benefícios extras aprovados pelo governo. 

Prato feito

Os executivos dos bancos que se reuniram com o presidente da República o receberam com uma espécie de "prato feito": um discurso cuidadosamente preparado  para explicitar o posicionamento das instituições financeiras diante do momento que o país atravessa. O SBT News teve acesso ao discurso lido pelo presidente da Febraban, Isaac Sidney. Veja abaixo alguns dos principais trechos: 

Anti pandemia 

"Esse é um setor comprometido com o país, independentemente de governos. Não por outra razão, os bancos não faltaram ao Brasil nessa pandemia, quando irrigamos a economia com uma concessão de crédito jamais vista. Os bancos emprestaram quase 10 trilhões de reais para as famílias e para as empresas."
 

Pluralidade

"Fazemos parte de um dos setores estratégicos da economia e, exatamente por isso, nós fomentamos um ambiente de debates e de ideias. Se porventura a diferença de opiniões levar o setor bancário a divergir, tenho a mais plena convicção de que não hesitaremos em buscar, por todos os meios, o diálogo institucional respeitoso. Tenho muita tranquilidade em dizer que, mesmo nos momentos sensíveis, eu mantive, como porta-voz do setor bancário, o mais cordial diálogo com os Ministros Guedes, Ciro Nogueira, Anderson Torres, Fabio Faria e Joaquim Leite.

- Prezamos pela importância da interlocução e do diálogo, pois precisamos buscar, iniciativa privada e poder público, a melhoria do ambiente de negócios para aumentar a produtividade e a competitividade do Brasil. Nossa expectativa é a de que este encontro de hoje não seja apenas um ato protocolar, mas que concretize passos na direção da colaboração para o crescimento do país.
Com a transparência que pauta a atuação da Febraban, temos dito que iremos conversar com todos os presidenciáveis e é nesse contexto que a Febraban se sente legitimada a ouvir o Presidente da República, como já o fizemos com outras lideranças políticas e autoridades.


Não desejamos regras e normas favoráveis ao setor; o que desejamos é maior previsibilidade com um horizonte que mitigue as incertezas e aumente a confiança dos agentes econômicos.

Concluo, reafirmando que vejam na Febraban um espaço sempre aberto para interlocução e para que possamos debater como o Brasil pode crescer de forma sustentada e avançar nas reformas estruturais. Portanto, sinta-se à vontade, Presidente, para colocar a sua visão na forma e no tempo que lhe convier."

Estiveram no encontro, entre outros, os Ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, da Economia, Paulo Guedes e o senador Flavio Bolsonaro (PL-RJ), coordenador da campanha de Jair Bolsonaro. 

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