Cautela em 2025 para investir, orientam especialistas sobre ano de riscos de juros, inflação e dólar em alta
Planilha de gastos e controle em despesas do dia a dia são essenciais para não derrapar e ficar sem reservas; cenário pode favorecer aplicações no mercado
SBT Brasil
O ano de 2025 começa com perspectivas de juros elevados, dólar valorizado e inflação acima do teto do governo. Com isso, fica a dúvida: como passar pelos próximos meses com algum dinheiro investido? Na visão de economistas, 2025 promete não ser muito simples.
"Tudo tá mais caro um pouquinho, eu não vi nada um pouquinho mais barato. Já fui criada assim, nada de exagerar, nada pra jogar fora, nada pra deixar estragar," diz Ivonete Sanches, dona de casa, durante as compras.
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De fato dinheiro não se joga fora, muito menos as economias pessoais. Principalmente em um ano que exige cautela. A taxa Selic, que serve de base para aplicações financeiras, pode chegar a 14,25% já em março. Quem falou isso foi o próprio Banco Central, que define a taxa.
Bom para quem tem investimentos associados a ela, mas ruim para quem tem empréstimos bancários. Esses são influenciados pela alta da inflação, a estimativa é que o índice fique perto dos 5%, e do dólar, que no curto prazo deve ficar próximo de R$ 6,00. E dólar e inflação têm tudo a ver com as compras, no supermercado.
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"Principalmente os produtos aí que tem influência de fora, importado, dólar, né, então vai ter mais essa influência nos preços mesmo", diz o bancário Tiago Ferreira Rodrigues.
Dicas
Então, como conseguir chegar ao fim deste novo ano com mais dinheiro no bolso? Fazer planilha de gastos é algo básico, principalmente em um ano que a economia sinaliza incertezas sobre os indicadores. E com a taxa de juros alta, quem souber cortar gastos no dia a dia, como nas compras no mercado, poderá ganhar dinheiro com investimentos.
"A dica para este 2025 é muita cautela, cautela para gastar, cautela para fazer compras que façam, que comprometam muito a sua renda por muito tempo... e tentar achar as oportunidades dentro do mercado. Porque hoje, pra quem faz uma poupancinha, guarda um dinheirinho daquilo que ganhar, consegue tirar um retorno bastante positivo", explica Juliana Inhasz, economista e professora do Insper.
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Já a economia do Brasil pode ter um 2025 de desaceleração, após quatro anos consecutivos de alta. O PIB, que é a soma de tudo que o país produz, pode crescer em torno de 2%.
"Mas a gente está falando claro de previsões, a gente está começando o ano com inúmeras políticas que ainda vão ser definidas. Vai depender bastante do que o governo vai fazer, de como é que ele vai se posicionar dentro de essa agenda fiscal, que é fundamental, e, é claro, de como o mercado vai agir", diz a economista. "A gente também começou com uma previsão de crescimento baixo em 2024 e provavelmente entregou o ano com um crescimento de 3,5%, que é um crescimento bom."
A consultora Simone Lopes Arrifano anota todas as despesas da família, até os R$ 380,00 mensais em cigarros. Ela percebeu que os gastos fixos aumentaram mais de 30% no ano passado. Mesmo assim, não abre mão de investir.
"O mercado está muito incerto, eu tenho algum planejamento, nós temos alguns planejamento para 2025, que a gente não quer mexer na nossa renda, e quer continuar investindo onde a gente investe, CDB, Tesouro Direto."
A consultora vai casar em setembro e o destino da lua-de-mel, ela e o noivo só vão decidir em março, a depender da cotação do dólar. Tudo para não ter que mexer no dinheiro que ela guarda desde os 14 anos.
"Demos uma pesquisada de preço no fim no ano passado, mas não decidimos nada, falei vamos decidir em março para se tiver que financiar, financiar até a data do casamento e voltar do casamento sem dívida nenhuma."