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Economia

Economia americana leva analistas a discutirem se a recessão já chegou

Resultado do PIB no 2º trimestre decepciona e cai 0,9%; mercados projetavam alta ao redor de 0,5%

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Economia americana
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Os números da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, divulgados nesta 5ª feira (28.jul), surpreenderam os mercados e aceleraram uma discussão que vinha sendo abordada com mais sutileza do que será daqui pra frente. No 2º trimestre do ano, a evolução do PIB foi negativa em 0,9% na comparação com o mesmo período de 2021. Ou seja, a economia "encolheu" quase 1 ponto percentual. As estimativas da maioria dos economistas e das entidades financeiras apontavam para uma alta ao redor de 0,5%.

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Além da surpresa decepcionante, os profissionais da análise econômica se dedicam, a partir de agora, a reinterpretar a conjuntura para tentar responder à pergunta cada vez mais incisiva: a maior economia do mundo está ou não em recessão?

Dados concretos

Na observação fria dos dados apresentados pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos, a queda do PIB entre abril e junho é o segundo resultado trimestral seguido de baixa. Entre janeiro e março/22, a evolução tinha sido de -1,6%. Isso caracteriza a chamada "recessão técnica", conceito que, numa interpretação livre, registra um período em que a economia de um dado país está às portas de entrar em recessão efetiva. "É significativo salientar que o número divulgado agora ainda está sujeito a revisões importantes pela área responsável do Departamento de Comércio", avalia Luiz Fernando Figueiredo, CEA da Mauá Capital. De fato, ao menos duas recontagens devem ser apresentadas, entre agosto e setembro. 

O assunto divide mesmo opiniões. E as atenções. Ainda na esteira da decisão sobre a alta de juros pelo Federal Reserve (FED) na última 4ª feira (27.jul), o presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, disse acreditar que a economia dos Estados Unidos não vive uma recessão. Na mesma linha, a ministra da Economia do país, Janet Yellen, avaliou que a musculatura da economia americana deve evitar que o país entre num ritmo comprometedor de desaceleração.  E outro nome de peso entrou no assunto afinado com as autoridades da economia. O presidente norte-americano, Joe Biden, disse que a economia reduz o ritmo em consequência da política de alta dos juros, aplicada para conter a maior inflação em 40 anos. Ele disse:

"Estamos no caminho certo e passaremos por essa transição mais fortes e seguros".

Biden relacionou ainda alguns dos "pontos fortes" da economia de seu país: as exportações, o mercado de trabalho e, mais ainda, os gastos dos consumidores. Aspectos que conferem um tom otimista ao humor do mandatário.

Sensibilidade

Em que pese o fato de os líderes da economia americana cumprirem, afinal, seu papel ao transmitirem o lado positivo de todos os vetores, as posições encontram ressonância entre os analistas. "O número veio fraco sim, principalmente por estoques e investimentos mais fracos. Mas a economia continua forte principalmente no consumo. PIB mais fraco ajuda o FED a ter que apertar menos, por isso os mercados reagem bem", avaliou Luiz Fernando Figueiredo. Ao longo da 5ª feira (28.jul), as bolsas no Brasil e nos EUA oscilaram, sim, mas foi possível registrar altas próximas a 1% no Ibovespa e no Dow Jones, no Nasdaq e no S&P 500.

"O desenvolvimento do mercado de trabalho, como tem se colocado, gerando empregos, não é um indicador que combine com um cenário de recessão efetivamente falando", calcula a economista chefe da Tenax Capital, Débora Nogueira. Ela é categórica ao negar o pior dos cenários. Mas aponta aspectos que servem de termômetro -- e de alerta. "Setor imobiliário tem queda de 14% no trimestre. Máquinas e equipamentos, - 2,7%. São setores líderes tanto na expansão quanto na desaceleração econômica. Mas não podemos esquecer que está havendo uma readequação, um reequilíbrio depois do duro golpe do auge da pandemia sobre as economias." A conferir.
 

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