Fila de espera pelo Auxílio Brasil chega a 764,8 mil pessoas
Programa promete mais do que pode pagar, dizem analistas
Pablo Valler
Seis meses após a troca do Bolsa Família pelo Auxílio Brasil, o programa de assistência do governo federal acumula 764.798 famílias à espera do benefício até maio passado.
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A fila começou a se formar em março. Ao fim do período de 30 dias, 71.099 famílias já aguardavam um retorno. A razão, para especialistas, é o descompasso entre número de família elegíveis para o programa e o orçamento para os pagamentos.
Até fevereiro, de acordo com o Ministério da Cidadania, não havia espera. Até esse período, o Bolsa Família atendia mais de 15 milhões de famílias. O número de cidadãos aptos tem crecido desde então muito por conta do afrouxamento das regras.
Não há mais avaliação do quadro da família e nem uma quantia cedida conforme necessidades. Desde a adaptação do programa, todos ganham R$ 400. Em maio, 18,1 milhões de famílias receberam.
O governo explica que o aumento da assistência social atende a uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de pagamento de um benefício como renda mínima para a população que se encontra em situação de extrema pobreza.
Analistas de política dizem que o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), queria aproveitar o sucesso do Auxílio Emergencial, programa que criou durante a pandemia, para elevar suas expectativas para a reeleição.