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Economia

Brasil é líder em juros reais com qualquer aumento na Selic, diz analista

"Super 4ª" define taxas de juros no Brasil e nos EUA: é esperada alta recorde no mercado americano

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Fachada do Banco Central
• Atualizado em
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As opiniões até variam sobre o rumo que a taxa de juros vai seguir no Brasil a partir desta 4ª feira (15.jun). Já houve aposta em aumento de 0,50pp... já teve 0,75pp. Seja qual for a decisão, o Brasil será líder mundial em taxas de juros reais (já descontada a inflação) depois da decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom). A certeza vem do cálculo feito na ponta do lápis pela gestora de recursos Infinity, de São Paulo.  

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Veja o quadro abaixo:

Ranking dos maiores juros reais do mundo | Reprodução/Infinity Asset

O Brasil aparece no topo do ranking, com taxa real de 8,10%. Em segundo lugar vem o México (4,48%), em seguida Colômbia (4,47%), Chile (3,02%) e Indonésia (2,77%). Ao todo, foram pesquisadas 40 economias do mundo inteiro. O levantamento da financeira projetou os índices de inflação para os próximos 12 meses. E considerou um aumento de 0,50 pp pelo Copom nesta reunião de junho. Se confirmada, será a 11ª elevação da Selic consecutiva. E a liderança no ranking deve ser mantida pelo Brasil pela segunda edição seguida da pesquisa, já que o país liderava no mês passado. Vale lembrar que mesmo sem elevar os juros no Copom, o Brasil não perde a ponta da lista. 

Estado Unidos

Na posição de número 25 no gráfico, os Estados Unidos vivem uma situação diferente. Apesar de passar por um processo de inflação em alta, a taxa de juros reais em Washington é negativa: - 3,07%. A expectativa é por uma alta nos juros na reunião do FOMC (Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve, o banco central americano) exatamente para fazer frente ao custo de vida. Não há consenso entre os analistas quanto ao grau de aperto na política monetária a ser aplicado pelos americanos, mas imagina-se que a puxada nos juros seja forte. Se o acréscimo for de 0,50 pp, já será o maior promovido pelo Fed em 28 anos. Mas cada vez mais os observadores apostam em 0,75 pp. Deixando caminho livre para nova alta equivalente em julho. Note-se que, mesmo assim, com duas altas iguais e consecutivas, a tendência é a taxa real permanecer negativa, a depender, claro, do desempenho da inflação. Um alívio provavelmente provisório para países como o Brasil.

Com juros reais no positivo, os Estados Unidos ganham o interesse de investidores do mundo inteiro, que tendem a retirar recursos de países emergentes, como o Brasil, para aplicar no mercado americano, considerado um porto seguro mundial em meio a cenários de insegurança financeira. A consequência é o aumento do dólar em relação ao real. E a chamada "importação" da inflação, quando há compras de produtos estrangeiros por consumidores do Brasil. "Na realidade essa desvalorização do real já está acontecendo", diz o economista chefe da Infinity Asset, Jason Vieira. " O humor dos mercados ao redor do mundo anda 'baixista', com a guerra da Ucrânia, os preços do petróleo e inflação em todo lugar", aponta ele. Na opinião de Jason, ainda leva tempo para os juros reais dos americanos colocarem mais lenha na fogueira do câmbio. "Eles ainda vão continuar com juros negativos. Descontada a inflação dos próximos 12 meses, o Brasil paga os melhores juros do mundo. Para o bem e para o mal", classifica.

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