Opep anuncia aumento na produção de petróleo; mercado acha insuficiente
Aumento é de 50% pelos próximos dois meses. Mas, não recupera o padrão pré-pandemia
Pablo Valler
As 13 nações membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e os 10 parceiros que fazem parte da Opep+, incluindo a Rússia, vão aumentar a produção de petróleo nos meses de julho e agosto. Serão 50% a mais, totalizando 648 mil barris por dia.
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A novidade divulgada nesta 5ª feira (2.jun), entretanto, ainda não aliviou o mercado financeiro, que abriu valorizando a commodity. O índice de precificação norte-americano West Texas Intermediate (WTI) mostrava, até às 12h (horário de Brasília), alta de 0,92% para contratos com entrega em julho.
A explicação estaria no fato de que o aumento é dado sobre uma produção defasada, ou seja, ainda não alcança o volume de produção pré-pandemia, de acordo com o analista de petróleo e gás da consultoria JPMorgan, Christian Malek. Ele diz que a "medida" deveria ser chamada de "maquiagem".
A Arábia Saudita cojita aumentar a produção para compensar o tanto que a Rússia tem diminuído. Porém, analistas de política dizem que depende da visita do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ao príncipe saudita Mohammed bin Salmanor e como se darão as negociações. A visita está marcada para o fim do mês.
Há meses o ocidente pedia que a Opep aumentasse sua produção. O grupo sempre foi resistente a intervenções externas. Mas depois que EUA e Europa decidiram diminuir as importações da Rússia em 90% até o final do ano, a possibilidade de desequilíbrio no mercado fez a Opep reavaliar. Na nota oficial consta "a importância de mercados estáveis e equilibrados".