Desvalorização de criptomoedas é definida pelo mercado como "colapso"
Somente a moeda digital TerraUSD perdeu US$ 200 bilhões em 24 horas
Anderson Scardoelli
"Colapso." Essa é a palavra que tem sido usada por agentes do mercado financeiro espalhados pelo mundo em referência à desvalorização de criptomoedas. Nesta 5ª feira (12.mai), somente a moeda digital TerraUSD perdeu cerca de US$ 200 bilhões de valor -- e isso na comparação com os resultados obtidos no dia anterior. Ou seja: em menos de 24 horas, o ativo passou a valer cerca de R$ 1 trilhão a menos.
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A perda de valor das últimas horas não ficou restrita à TerraUSD. Maior criptomoeda do planeta em valor de mercado, conforme registra a agência de notícias Reuters, o Bitcoin também sofreu queda. Nesta 5ª feira, a criptomoeda chegou ao menor nível em mais de um ano: US$ 25.401,05 (R$ 130,5 mil), patamar que não era registrado desde dezembro de 2020.
A Etherum foi outra criptomoeda a se desvalorizar. Chegou a ser negociada por US$ 1,7 mil (R$ 8,7 mil), menor nível registrado desde junho do ano passado. A moeda digital Tether também entrou para a lista ao ver cada ativo seu valer US$ 0,95 (R$ 4,88).
Desvalorização de 99% em dias
No mercado de desvalorização das criptomedas, a Luna chama a atenção em termos negativos. De acordo com a plataforma CoinGecko, o criptoativo começou a semana sendo negociado US$ 60 (R$ 308). Quatro dias depois, o valor registrado foi de US$ 0,01 (R$ 0,05). Desvalorização de mais de 99%.
Especialista vê relação com a guerra
Na visão do administrador José Passos, especialista em finanças pessoais e fundador da comunidade Papo de Holder, o conflito entre Rússia e Ucrânia desencadeou uma nova postura por parte dos investidores. Mudança essa impulsionada mais recentemente pelo aumento da inflação nos Estados Unidos.
"Recursos são direcionados para investimentos mais seguros."
"Com o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e como consequência da guerra entre Rússia e Ucrânia, temos um cenário de aversão ao risco no mundo inteiro", comenta Pasos. "Logo, os recursos são direcionados para investimentos mais seguros, como títulos públicos americanos. Dessa forma, com a saída de capital dos cripto ativos, o seu preço desaba", explica o administrador ao SBT News.
"Procure ter parte em renda fixa", recomenda.
Diante do colapso das criptomoedas, o especialista alerta para investimentos em todo tipo de renda variável. "É interessante que o investidor sempre diversifique o seu patrimônio e utilize uma alocação inteligente de portfólio para não sofrer com a volatilidade de ativos mais arriscados como Bitcoin e outras criptomoedas. Procure ter parte em renda fixa, parte em ações brasileiras, ações americanas, fundos imobiliários", sugere José Passos.