Cai número de brasileiros com mais de 50% da renda comprometida com dívidas

No segundo semestre de 2021, 45% dos consumidores brasileiros tiveram mais de 50% de sua renda comprometida com o pagamento de dívidas. É o que mostra a Pesquisa Perfil do Consumidor, da Boa Vista.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

No semestre anterior, eram 50% os consumidores na mesma situação, o que representa uma queda de cinco pontos percentuais. Além disso, 35% dos consumidores afirmaram ter comprometido entre 25% e 50% da renda, enquanto os 20% restantes comprometeram até 25%.

O nível de endividamento do consumidor, por sua vez, não apresentou grandes mudanças, com 85% dos entrevistados se considerando endividados no segundo semestre de 2021, contra 84% no mesmo período de 2020. 

O levantamento aponta ainda para uma diminuição entre os consumidores com dificuldades em manter as contas em dia. No segundo semestre do ano passado, 52% dos entrevistados afirmaram que pagar as contas em dia estava difícil, contra 57% no semestre anterior.

Para Flavio Calife, economista da Boa Vista, a queda do desemprego contribuiu para a diminuição do comprometimento da renda e, consecutivamente, para que houvesse menos dificuldade no pagamento das contas. "Porém, os números do mercado de trabalho ainda estão longe do ideal; a taxa de desemprego diminuiu, mas a renda real está em queda", diz.

A pesquisa também questionou o consumidor sobre como ele enxerga a situação financeira em relação ao último ano. No segundo semestre de 2021, 43% consideraram a situação melhor. No semestre anterior, eram 35% os que tinham a percepção de melhora. Outros 28% consideraram a situação pior, contra 35% no semestre anterior. Já 29% enxergavam a situação igual.

Despesas 

De acordo com a Boa Vista, as cinco principais despesas mais comuns entre os consumidores são, nessa ordem: cartão de crédito, contas de serviços básicos como água e luz, contas de TV a cabo, internet e telefone fixo, contas de telefone celular e cartão de loja.

Sete em cada dez (72%) dos consumidores apontaram, na comparação com o ano de 2020, que o poder de compra diminuiu. Em relação às expectativas para 2022, 89% dos consumidores disseram esperar melhora com relação às finanças pessoais. Já 8% opinaram esperar por uma situação igual, e 3% por uma piora.

A pesquisa foi realizada com cerca de 1.700 pessoas, em todo o Brasil, por meio de questionário eletrônico, ao longo do segundo semestre de 2021. Os resultados consideram 2% de margem de erro e 95% de grau de confiança.