Bolsa atinge menor patamar do ano com receio de mudança no teto de gastos
Dólar terminou o dia com alta de 1,92%, cotado a R$ 5,66
SBT Brasil
O mercado financeiro reagiu mal à proposta de alteração no teto de gastos pelo Governo Federal e, assim, o Ibovespa -- principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo -- fechou nesta 5ª feira (21.out) no menor patamar desde novembro de 2020, aos 107.735 pontos - o que representa uma queda de 2,75%.
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Na abertura do pregão, a B3 registrava queda de 1,86%, enquanto a variação do dólar fazia o caminha contrário. Pouco depois das 10h, a moeda americana subia 1,51%, a R$ 5,64. Tudo isso menos de 24 horas depois da fala do ministro da Economia, Paulo Guedes, e de outros integrantes do governo sobre a possibilidade de romper o teto de gastos.
Segundo o economista Raphael Figueredo, "tem uma coisa que o mercado não gosta é que as regras do jogo sejam mudadas, sobretudo de maneira quase que abrupta, como é o caso dessa proposta anunciada". O dólar chegou a ser cotado a R$ 5,68, maior valor desde abril, e terminou o dia a R$ 5,66 - alta de 1,92%.
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"Essa tamanha incerteza é que vai fazendo com que o dólar continuamente venha a subir, as taxas de juros venham muito fortes, e deixa esses ativos cada vez mais baixos", disse Raphael. O principal fator que, segundo economistas, agravou a reação do mercado foi a proposta do novo cálculo do reajuste do teto: tomar como base a inflação registrada de janeiro a dezembro, e não de julho e junho, como é feito atualmente.
Nas palavras da economista Luana Miranda, "quando a gente fala em fragilizar o teto dos gastos no ano que vem, a gente fala de um juro neutro mais alto, consequentemente o Banco Central vai ter que subir esse juros e isso vai impactar no bolso dos mais pobres, com uma inflação também mais salgada". O teto foi criado para segurar as despesas federais com base na inflação oficial do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
