Economia
Setor de crédito está em aceleração e não em calamidade, diz Montezano
Constatação é do presidente do BNDES em entrevista ao programa Poder em Foco
SBT News
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O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que o setor de crédito no Brasil está em aceleração e que não há necessidade de nova prorrogação geral de parcelas de financiamentos contratados na instituição. "De forma transversal para toda a carteira, o que a gente enxerga hoje é o contrário, é uma retomada de atividade. As empresas estão tomando crédito para investir e a inadimplência está baixa. Então, não há necessidade nesse momento", disse em entrevista ao Poder em Foco, que foi ao ar neste domingo (17), no SBT.
No ano passado, por causa da pandemia, o BNDES suspendeu por seis meses o pagamento de parcelas de financiamento com o banco. Depois, esse período foi prorrogado, podendo haver uma adesão até o final de novembro. Só que a pandemia continua.
Montezano avaliou que novas mudanças de prazo poderão atender segmentos específicos. "Para alguns setores, como é o caso de aeroportos, mobilidade urbana, navegação e serviços, a gente pode fazer uma concessão adicional. Mas aí é algo pontual", ressaltou.
Para o presidente do BNDES, o Governo também não precisa trabalhar por novo decreto de calamidade se a análise for econômica. "Não vou ousar comentar sobre saúde que não é minha especialidade, mas sobre o lado de crédito e atividade econômica, o que a gente vê é o oposto, é uma aceleração".
Assista abaixo à entrevista, na íntegra.
Montezano traçou um cenário de retomada sustentável do crescimento do Brasil em 2021. Para ele, os dados de atividades, recolhimento de imposto, investimento estrangeiro e agenda de investimento apontam um ano de otimismo e a economia já registrou uma volta em V, ou seja, queda brusca, seguida de recuperação rápida.
"Foi um momento muito duro em 2020, com toda a questão sanitária. Mas a verdade é que a gente conseguiu cruzar a ponte. Não só o Estado brasileiro cruzou a ponte, mas as empresas cruzaram a ponte. Então, é hora de investir, é hora de arregaçar a manga e trabalhar", incentivou.
Mas o período ainda será de compensação em relação aos estragos provocados pela covid-19 na economia no ano passado. "Em 2021 a gente vai reverter a queda que a gente teve em 2020. Mas, mais importante do que essa reversão temporária, é a continuidade da agenda de reformas. Aí sim, a gente terá uma agenda de crescimento duradouro de vários anos, como a gente viu no passado aqui no nosso país".
A agenda de reformas, por enquanto, está empacada no Congresso, sem avanço das mudanças tributárias ou da estrutura administrativa do Estado. Montezano ressaltou, porém, que o mercado trabalha com expectativa.
"Ao entrar na agenda de reforma de privatização, de concessões, mantendo o nosso juro sob controle, a disciplina fiscal, a expectativa do mercado é de que o Brasil vai entrar numa agenda de cinco, dez anos de investimento sustentável. E a gente, hoje, tem a condição de fazer isso", concluiu.
Ele também comemorou a aprovação de novos marcos regulatórios para reduzir a burocracia no país e deixar a legislação mais atualizada às demandas de mercado. Disse, porém, que ainda é preciso avançar nesse sentido para aumentar a competitividade.
"A principal agenda que a gente tem é descomplicar o Brasil, é simplificar o Brasil, é tornar o Brasil mais acessível pro empreendedor", finalizou.
No ano passado, por causa da pandemia, o BNDES suspendeu por seis meses o pagamento de parcelas de financiamento com o banco. Depois, esse período foi prorrogado, podendo haver uma adesão até o final de novembro. Só que a pandemia continua.
Montezano avaliou que novas mudanças de prazo poderão atender segmentos específicos. "Para alguns setores, como é o caso de aeroportos, mobilidade urbana, navegação e serviços, a gente pode fazer uma concessão adicional. Mas aí é algo pontual", ressaltou.
Para o presidente do BNDES, o Governo também não precisa trabalhar por novo decreto de calamidade se a análise for econômica. "Não vou ousar comentar sobre saúde que não é minha especialidade, mas sobre o lado de crédito e atividade econômica, o que a gente vê é o oposto, é uma aceleração".
Assista abaixo à entrevista, na íntegra.
Crescimento sustentável
Montezano traçou um cenário de retomada sustentável do crescimento do Brasil em 2021. Para ele, os dados de atividades, recolhimento de imposto, investimento estrangeiro e agenda de investimento apontam um ano de otimismo e a economia já registrou uma volta em V, ou seja, queda brusca, seguida de recuperação rápida.
"Foi um momento muito duro em 2020, com toda a questão sanitária. Mas a verdade é que a gente conseguiu cruzar a ponte. Não só o Estado brasileiro cruzou a ponte, mas as empresas cruzaram a ponte. Então, é hora de investir, é hora de arregaçar a manga e trabalhar", incentivou.
Mas o período ainda será de compensação em relação aos estragos provocados pela covid-19 na economia no ano passado. "Em 2021 a gente vai reverter a queda que a gente teve em 2020. Mas, mais importante do que essa reversão temporária, é a continuidade da agenda de reformas. Aí sim, a gente terá uma agenda de crescimento duradouro de vários anos, como a gente viu no passado aqui no nosso país".
A agenda de reformas, por enquanto, está empacada no Congresso, sem avanço das mudanças tributárias ou da estrutura administrativa do Estado. Montezano ressaltou, porém, que o mercado trabalha com expectativa.
"Ao entrar na agenda de reforma de privatização, de concessões, mantendo o nosso juro sob controle, a disciplina fiscal, a expectativa do mercado é de que o Brasil vai entrar numa agenda de cinco, dez anos de investimento sustentável. E a gente, hoje, tem a condição de fazer isso", concluiu.
Ele também comemorou a aprovação de novos marcos regulatórios para reduzir a burocracia no país e deixar a legislação mais atualizada às demandas de mercado. Disse, porém, que ainda é preciso avançar nesse sentido para aumentar a competitividade.
"A principal agenda que a gente tem é descomplicar o Brasil, é simplificar o Brasil, é tornar o Brasil mais acessível pro empreendedor", finalizou.
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