Sexualização e fama precoce: Quem é Björn Andrésen, "o menino mais belo do mundo"
Ator sueco morreu no último sábado (25) aos 70 anos; causa não foi divulgada
Antonio Souza
O ator sueco Björn Andrésen, conhecido mundialmente como “o menino mais bonito do mundo”, morreu no último sábado (25), aos 70 anos.
A informação foi confirmada pelos cineastas Kristian Petri e Kristina Lindström, responsáveis pelo documentário The Most Beautiful Boy in the World (O menino mais bonito do mundo), lançado em 2021, que conta a trajetória do ator.
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Andrésen alcançou notoriedade internacional aos 16 anos ao interpretar Tadzio no clássico Morte em Veneza (1971), dirigido pelo italiano Luchino Visconti. Na trama, seu personagem se torna objeto da obsessão platônica de Gustav von Aschenbach, vivido por Dirk Bogarde.
Durante o Festival de Cannes, Visconti o apresentou à imprensa como “o menino mais bonito do mundo” título que o acompanharia por toda a vida.
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Nascido em Estocolmo, em 1955, Björn enfrentou uma infância marcada por tragédias: perdeu o pai em um acidente e a mãe cometeu suicídio quando ele tinha 10 anos. Criado pela avó, foi incentivado a seguir carreira artística, impulsionado por sua aparência angelical.
Ao longo da carreira, atuou em mais de 30 produções, incluindo o filme de terror Midsommar (2019), de Ari Aster. Após o sucesso de Morte em Veneza, Andrésen foi ao Japão, onde se tornou astro pop e era recebido por multidões.
Trauma e sexualização precoce
Apesar da fama, o ator revelou em entrevistas recentes o desconforto com a forma como foi sexualizado ainda adolescente.
O documentário sobre sua vida mostra imagens da audição para Morte em Veneza, onde o ator, com apenas 16 anos, foi fotografado sem camisa.
Em entrevista para a revista Variety em 2021, o ator descreveu a situação como invasiva e traumática e fez críticas ao diretor Luchino Visconti sobre o ocorrido
“Quando me pediram para tirar a camisa, não me senti confortável. Eu não estava preparado para aquilo. Lembro-me de quando ele me colocou com um pé contra a parede — eu jamais ficaria assim. Quando assisto agora, vejo como aquele f*** me sexualizou”, disse Andrésen sobre Visconti em entrevista para o portal Variety em 2021
