Obras de artistas Yanomami são destaque da 60ª edição da Bienal de Veneza
Joseca Yanomami e André Taniki estão entre os artistas do povo indígena que terão suas obras expostas no evento
Samir Mello
O maior e mais antigo evento de arte do mundo terá como destaque obras de artistas Yanomami. Ao todo, 31 trabalhos de artistas do povo indígena estarão expostos na 60ª Bienal de Arte de Veneza, como parte da exposição Foreigners everywhere (Estrangeiros em todos os lugares).
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Entre os artistas que terão suas obras exibidas, estão Joseca Yanomamy, com 13 desenhos, e André Taniki, com 18 trabalhos. “Estou muito feliz nesta viagem para participar [da Bienal de Veneza]. É uma felicidade muito grande”, afirmou Joseca, que participa da pré-abertura de 16 a 19 de abril a convite da própria Bienal.
A edição atual, que conta com apoio da Hutukara Associação Yanomami (HAY) e da Galeria Millan, tem o objetivo de promover a visibilidade a artistas de grupos marginalizados como indígenas, imigrantes e refugiados.
Taniki, também convidado, não poderá comparecer devido a questões sensíveis relacionadas à sua idade (80 anos). Além de artista, André é também um xamã que vive no Alto Rio Catrimani, região onde produziu a maior parte de suas obras.
A participação de Taniki no evento é considerada fundamental para reconhecimento da trajetória dele e para divulgação da luta Yanomami em âmbito internacional.
Os desenhos em exposição foram cedidos pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), e são inspirados pelos cantos, mitos xamânicos, pela floresta, defesa do território e sonhos dos Yanomami.