Gene Hackman: 10 filmes para conhecer um dos atores mais versáteis da história do cinema
Vencedor de dois Oscars, artista deixou legado como intérprete de personagens marcantes em thrillers, faroestes, comédias e títulos de ação
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Felipe Moraes
O ator Gene Hackman, encontrado morto com esposa e cachorro da família nessa quarta-feira (26), aos 95 anos, deixou um legado imenso em Hollywood. Da década de 1960 a 2004, quando decidiu se aposentar, construiu carreira das mais versáteis da história do cinema, encarnando papéis diversos em thrillers, comédias, dramas, faroestes e filmes de ação.
Na lista abaixo, o SBT News reúne 10 títulos para você conhecer melhor as várias personas de Hackman, vencedor do Oscar de melhor ator por "Operação França" (1971) e melhor ator coadjuvante por "Os Imperdoáveis" (1992). Confira:
"Bonnie e Clyde: Uma Rajada de Balas" (1967)
Um dos primeiros grandes papéis da carreira já rendeu indicação ao Oscar de melhor coadjuvante. Hackman vive Buck, o irmão de Clyde Barrow (Warren Beatty), num dos filmes fundadores da Nova Hollywood (New Hollywood, em inglês), movimento que revolucionou a indústria de cinema norte-americana entre as décadas de 1960 e 1970.
Clyde e Bonnie Parker (Faye Dunaway) são parceiros no crime e no amor em trama ambientada durante o período da Grande Depressão.
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"Operação França" (1971)
Um ano após a segunda indicação a melhor ator coadjuvante, por "Meu Pai, um Estranho" (1971), veio a consagração de Hackman num de seus trabalhos mais pop. No Oscar de 1972, "Operação França" faturou cinco prêmios, incluindo melhor filme, direção (William Friedkin) e ator (Hackman).
Com uma das cenas de perseguição de carro mais incríveis do cinema, o neo-noir acompanha Jimmy "Popeye" Doyle (Hackman) e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), detetives da polícia de Nova York que investigam um figurão francês do tráfico de heroína.
Hackman reprisou o personagem em "Operação França II" (1975), recebendo indicações ao Globo de Ouro e dupla nomeação ao Bafta, o Oscar britânico, também por "Um Lance no Escuro" (1975).
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"A Conversação" (1974)
Outro papel definidor da persona cinematográfica de Hackman é Harry Caul em "A Conversação", thriller realizado pelo diretor Francis Ford Coppola ("O Poderoso Chefão") em meio ao escândalo de Watergate, que levou à renúncia do ex-presidente dos EUA Richard Nixon
Discreto e fã de jazz, Caul trabalha como especialista em vigilância por meio de grampos telefônicos. Ele se vê diante de um dilema quando uma escuta revela um assassinato em potencial. Longa ganhou a Palma de Ouro no prestigiado Festival de Cannes e teve três indicações ao Oscar.
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"Um Lance no Escuro" (1975)
Outro neo-noir clássico com Hackman é "Um Lance no Escuro" — ou, no original, "Night Moves", algo como "a noite se move", em tradução livre.
Trabalhando de novo com o cineasta Arthur Penn, de "Bonnie e Clyde", ele vive um ex-jogador de futebol americano que agora trabalha como detetive particular. Ele tenta desvendar uma teia sinistra enquanto faz buscas pela filha desaparecida de uma famosa atriz de cinema.
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"Superman: O Filme" (1978)
Hackman estrelou até filmes de super-herói, décadas antes dos intermináveis (e multibilionários) universos cinematográficos das editoras DC e Marvel.
Em 1978, encarnou o supervilão Lex Luthor, um dos principais antagonistas do Super-Homem (Christopher Reeve). Retornou ao personagem nas continuações "Superman II: A Aventura Continua" (1980) e "Superman IV: Em Busca da Paz" (1987).
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"Mississippi em Chamas" (1988)
O astro teve uma década de 1980 bastante atarefada, estendendo escopo de interpretação para comédias e romances. A cereja do bolo veio em 1988, com a quarta das cinco indicações ao Oscar que conquistou ao longo da trajetória.
Ele e um jovem Willem Dafoe vivem dois agentes do FBI despachados para investigar desaparecimento de trabalhadores e ativistas de direitos civis na década de 1960. Em uma pequena cidade ainda segregada, enfrentam conspiração e hostilidade de moradores, da polícia e de membros da Ku Klux Klan.
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"Os Imperdoáveis" (1992)
Hackman retornou à carranca de durão e venceu seu segundo Oscar na pele do xerife "Little" Bill Daggett em "Os Imperdoáveis", considerado por muitos críticos e fãs de faroeste como uma das últimas obras-primas do gênero.
Aqui, Clint Eastwood, também diretor, encarna William Munny, matador que já havia abandonado esta carreira pela de agricultor. Ele se junta ao velho amigo Ned Logan (Morgan Freeman) e a um jovem pistoleiro (Jaimz Woolvett) em busca de justiça por uma prostituta que teve seu rosto desfigurado e busca vingança. Vencedor de quatro Oscars, incluindo filme e direção, além de montagem.
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"Maré Vermelha" (1995)
Hackman não desacelerou na última década de carreira e seguiu estrelando empolgantes filmes de ação.
Trabalhando com um mestre do gênero, o subestimado Tony Scott ("Déjà Vu"), o ator interpreta o comandante de um submarino nuclear em conflito com seu principal subordinado (Denzel Washington) sobre o que fazer em relação a uma ordem confusa para disparar (ou não) mísseis.
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"Inimigo do Estado" (1998)
Quase uma sequência "espiritual" de "A Conversação", "Inimigo do Estado" traz Hackman num thriller político tenso e paranoico, em nova parceria com o diretor Tony Scott.
Will Smith faz um jovem advogado na mira de um grupo de agentes corruptos da NSA após receber uma fita que revela assassinato de um congressista norte-americano. Um dos maiores sucessos de bilheteria na carreira de Hackman.
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"Os Excêntricos Tenenbaums" (2001)
Quem é mais jovem talvez lembre de Hackman como patriarca de uma família disfuncional na comédia "Os Excêntricos Tenenbaums", do cultuado cineasta Wes Anderson, de hits alternativos como "Moonrise Kingdom" (2012).
O ator recebeu seu terceiro Globo de Ouro pelo papel. Em 2003, um ano antes de aposentar, ganhou um prêmio honorário da cerimônia, o Cecil B. DeMille Award.
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