Festival de Gramado tem museu para contar história do cinema
Evento acontece até dia 23 e movimenta a Serra Gaúcha

Guilherme Rockett
O Festival de Cinema de Gramado consolidou-se como um dos principais eventos da sétima arte brasileira e soma mais de meio século de valorização das produções nacionais e ibero-americanas. O evento acontece até o próximo sábado (23) na cidade. A trajetória, marcada por altos e baixos da indústria, está preservada no Museu do Festival, que reúne a memória do evento e curiosidades sobre as obras que passaram por suas telas.
Desde a década de 1970, clássicos como Dona Flor e Seus Dois Maridos e Toda Nudez Será Castigada marcaram presença em Gramado, reforçando a ligação do festival com a literatura e com os retratos da sociedade brasileira.
O curador Marcos Santuário recorda a homenagem feita ao cineasta Fernando Meirelles em 2012. "Ele disse que, se você quer conhecer a história do Brasil, observe a cada ano o Festival de Cinema de Gramado, porque ali também se resume um pouco da história cultural, social e política."
Mais de mil Kikitos já foram entregues a atores, diretores e produtores ao longo das edições. Para Santuário, o prestígio é resultado da projeção do evento. "Quando você exibe um filme em Gramado, você está exibindo praticamente para toda a imprensa especializada no jornalismo cultural e cinematográfico. São 53 anos, e isso sim é consolidação."
Mercado internacional
Na edição deste ano, mais de 300 longas-metragens foram inscritos na mostra competitiva. A vitrine também abre portas para o mercado internacional.
A presidente da Gramadotur, Rosa Helena Volk, destacou os resultados do Gramado Film Market. "Temos compradores vindos da França e dos Estados Unidos. Nossos dois curtas vencedores estarão habilitados a concorrer no Festival de Málaga, na Espanha. Também contamos com a participação da Colômbia, com o Festival de Cartagena. São janelas especiais que se abrem através do Festival de Cinema de Gramado para o mundo."
Museu
No Museu do Festival, o público pode conhecer detalhes da evolução do evento, desde bilheterias históricas até a nostalgia das poltronas do Cine Embaixador. Para a professora Francisca Soares, a iniciativa deveria ser ampliada. "Eu sou admiradora, amo as produções. Estou encantada com esse espaço. Deveria ter mais espaços como esse em várias regiões do Brasil. Eu sou de Brasília e lá não temos. Esse espaço é fantástico."
Produções premiadas e preservadas garantem ao festival não apenas reconhecimento a artistas e diretores, mas também a formação de novas plateias para o cinema brasileiro.
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