Crime
Cabeleireiro consegue provar inocência após 14 meses preso injustamente
Sidney Sylvestre foi acusado de torturar um homem de 74 anos. Agora, ele considera processar o Estado
SBT News
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Passar o período de quarentena sem poder sair é um desafio para muita gente. Mas não para um cabeleireiro da Grande São Paulo que, mesmo confinado em casa, comemora a liberdade.
"Melhor em casa do que na prisão, né?! Pelo menos aqui, em casa, eu vou lá, cuido das minhas galinhas, faço uma coisa, faço outra. Muito bom. Não tem nada a ver com prisão, né? Não tem valor nenhum que pague a liberdade, de eu estar com a minha família, de estar com meus filhos, é ótimo", conta Sidney Sylvestre, de 32 anos.
Após 14 meses preso injustamente, o cabeleireiro foi inocentado do crime de tortura contra Miguel Elias, de 74 anos, que não resistiu aos ferimentos. Em julho do ano passado, a equipe de reportagem do SBT Brasil acompanhou o caso de Sidney, enquanto ele ainda estava na prisão.
O crime aconteceu em novembro de 2017. Miguel Elias foi levado de casa, na cidade de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Depois, o idoso foi espancado e abandonado às margens de uma rodovia a 80 quilômetros da cidade.
Rubens Pungirum foi preso pelo crime e disse à polícia que o comparsa se chamava Sidney. Os investigadores do caso nunca esclareceram como a polícia chegou a Sidney Sylvestre. Pouco tempo depois, o próprio Rubens voltou atrás e desmentiu a acusação.
"Erro da polícia, porque eles podiam investigar e se aprofundar mais, e não me jogar dentro de uma prisão, sendo que eu nunca devi nada. Eu fui jogado lá, eu me senti uma pessoa sem nenhum valor", Sidney desabafa.
Meses após a reportagem do SBT Brasil, os advogados do cabeleireiro, que atuaram no caso gratuitamente, conseguiram a soltura dele, em novembro do ano passado. Apesar da liberdade, Sidney ainda precisava provar a inocência durante o julgamento.
O cabeleireiro sempre alegou que não havia estado no local do crime; versão que foi comprovada com o rastreamento do celular dele. No dia e, inclusive, na hora do crime, Sidney estava em Embu das Artes, a quilômetros de distância do local onde o Miguel Elias foi sequestrado, e mais longe ainda de onde o idoso foi torturado.
Com base na localização do aparelho, o cabeleireiro foi julgado e, finalmente, inocentado. "O sigilo telefônico provou o quê? Que eu nunca sai aqui do Embu. E na hora do crime, que aconteceu em Itapecerica da Serra, eu tinha feito uma ligação aqui em Embu, perto do meu salão, onde eu trabalhava", lembra o cabeleireiro.
A quebra do sigilo telefônico foi solicitada pela defesa de Sidney, que aponta uma grave falha na forma como a investigação foi conduzida. "Era um trabalho que a polícia deveria ter feito. Era um trabalho que o MP deveria ter feito, antes mesmo de formular a acusação contra o Sidney. O caso do Sidney é de uma ilegalidade gritante. A gente consegue ver que houve um erro judiciário na decisão que determinou a prisão preventiva do Sidney", argumenta o advogado de defesa, Fabrício Reis Costa.
Inocentado, Sidney tenta agora reconstruir a vida, mas afirma que o trauma deixado por todo o processo será difícil de superar. "Às vezes, eu vejo um carro de polícia, vejo alguma coisa assim, e eu fico assustado, com medo deles me porem lá dentro de novo, por uma coisa que eu não cometi, ou forjarem, alguma coisa assim", ele relata.
O cabeleireiro também considera processar o Estado. "Na verdade, eu perdi muita coisa. Pensando na minha família aqui fora, nos meus filhos, eu perdi meu salão, perdi carro, perdi muita coisa", conclui Sidney.
"Melhor em casa do que na prisão, né?! Pelo menos aqui, em casa, eu vou lá, cuido das minhas galinhas, faço uma coisa, faço outra. Muito bom. Não tem nada a ver com prisão, né? Não tem valor nenhum que pague a liberdade, de eu estar com a minha família, de estar com meus filhos, é ótimo", conta Sidney Sylvestre, de 32 anos.
Após 14 meses preso injustamente, o cabeleireiro foi inocentado do crime de tortura contra Miguel Elias, de 74 anos, que não resistiu aos ferimentos. Em julho do ano passado, a equipe de reportagem do SBT Brasil acompanhou o caso de Sidney, enquanto ele ainda estava na prisão.
O crime aconteceu em novembro de 2017. Miguel Elias foi levado de casa, na cidade de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. Depois, o idoso foi espancado e abandonado às margens de uma rodovia a 80 quilômetros da cidade.
Rubens Pungirum foi preso pelo crime e disse à polícia que o comparsa se chamava Sidney. Os investigadores do caso nunca esclareceram como a polícia chegou a Sidney Sylvestre. Pouco tempo depois, o próprio Rubens voltou atrás e desmentiu a acusação.
"Erro da polícia, porque eles podiam investigar e se aprofundar mais, e não me jogar dentro de uma prisão, sendo que eu nunca devi nada. Eu fui jogado lá, eu me senti uma pessoa sem nenhum valor", Sidney desabafa.
Meses após a reportagem do SBT Brasil, os advogados do cabeleireiro, que atuaram no caso gratuitamente, conseguiram a soltura dele, em novembro do ano passado. Apesar da liberdade, Sidney ainda precisava provar a inocência durante o julgamento.
O cabeleireiro sempre alegou que não havia estado no local do crime; versão que foi comprovada com o rastreamento do celular dele. No dia e, inclusive, na hora do crime, Sidney estava em Embu das Artes, a quilômetros de distância do local onde o Miguel Elias foi sequestrado, e mais longe ainda de onde o idoso foi torturado.
Com base na localização do aparelho, o cabeleireiro foi julgado e, finalmente, inocentado. "O sigilo telefônico provou o quê? Que eu nunca sai aqui do Embu. E na hora do crime, que aconteceu em Itapecerica da Serra, eu tinha feito uma ligação aqui em Embu, perto do meu salão, onde eu trabalhava", lembra o cabeleireiro.
A quebra do sigilo telefônico foi solicitada pela defesa de Sidney, que aponta uma grave falha na forma como a investigação foi conduzida. "Era um trabalho que a polícia deveria ter feito. Era um trabalho que o MP deveria ter feito, antes mesmo de formular a acusação contra o Sidney. O caso do Sidney é de uma ilegalidade gritante. A gente consegue ver que houve um erro judiciário na decisão que determinou a prisão preventiva do Sidney", argumenta o advogado de defesa, Fabrício Reis Costa.
Inocentado, Sidney tenta agora reconstruir a vida, mas afirma que o trauma deixado por todo o processo será difícil de superar. "Às vezes, eu vejo um carro de polícia, vejo alguma coisa assim, e eu fico assustado, com medo deles me porem lá dentro de novo, por uma coisa que eu não cometi, ou forjarem, alguma coisa assim", ele relata.
O cabeleireiro também considera processar o Estado. "Na verdade, eu perdi muita coisa. Pensando na minha família aqui fora, nos meus filhos, eu perdi meu salão, perdi carro, perdi muita coisa", conclui Sidney.
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