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Congresso

"Avaliamos que a política monetária está equivocada", diz Gleisi Hoffmann

Presidente do PT assinou petição para que seja instaurada investigação sobre política do Banco Central

Imagem da noticia "Avaliamos que a política monetária está equivocada", diz Gleisi Hoffmann
Gleisi Hoffmann fala ao microfone, próximo a bandeira do Brasil (Reprodução/Câmara dos Deputados)
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Líderes de nove siglas e presidentes do Fórum dos Partidos Progressistas entregaram nesta 4ª feira (5.jul) ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a petição para que seja instaurada investigação sobre a política monetária do Banco Central (BC). Em pronunciamento à imprensa após a reunião, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), reforçou quais são os motivos dos pedidos feitos no documento.

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"Nós avaliamos que a política monetária está viciada, está equivocada, que manter juros de 13,75% é um erro, do ponto de vista técnico inclusive, de todos os indicadores, e isso tem um impacto muito grande e ruim para a economia brasileira", pontuou a petista. "E a contradição que teve entre o comunicado do Banco Central e a ata do BC, que foi logo a seguir divulgada. Inclusive com divergências internas do BC acerca da queda de juros".

A deputada prosseguiu: "E nós entendemos que além de perseguir a queda da inflação, o Banco Central também é responsável por perseguir o pleno emprego e por atenuar as flutuações da atividade econômica do país. E isso não foi cumprido ao longo desses últimos anos pelo BC".

O líder do PSD na Câmara, Antonio Brito (BA), que também assinou o documento entregue a Pacheco, disse que, na reunião, este "se comprometeu a tomar providências o mais breve possível".

Para Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara e outra dos signatários, tanto o setor produtivo brasileiro como os movimentos sociais concordam que o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic, de 13,75% ao ano, é "insustentável". "Até porque não há justificativa técnica nem política para que esses juros estejam no nível mais alto do mundo".

Ainda de acordo com ela, o atual patamar inviabiliza "uma política de desenvolvimento, uma de industrialização, uma de crédito e uma de geração de emprego". "Isso inviabiliza uma política que foi vitoriosa nas urnas. Então nós aqui estamos tentando fazer com que a Lei Complementar [que dispõe sobre a autonomia do BC] se cumpra. Que não é só reduzir a inflação, mas é a geração de pleno emprego. Hoje o Banco Central não cumpre a lei, não cumpre as metas dela".

O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que é presidente da Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos, ressaltou que a petição foi um movimento importante de vários partidos e "de pronto houve a resposta do presidente do Senado". "Ele anunciou para o líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, para o senador Humberto, Contarato, para outros deputados, que vai convocar o presidente do Banco Central para uma audiência no plenário no próximo dia 3 de agosto. Isso para nós é muito importante, porque a próxima reunião do Copom é dia 1 e 2 de agosto. Então ele vai ter que vir logo depois no Senado".

Segundo Lindbergh, os participantes ficaram satisfeitos com a reunião com Pacheco. De acordo com Zeca Dirceu (PT-PR), líder do PT na Câmara, o que está sendo pedido "está estabelecido em lei". "É papel do Senado, sim, investigar, questionar, acompanhar o trabalho do Banco Central", complementou.

Conforme o deputado também, está previsto em lei que, a cada seis meses, o presidente do BC vá ao Senado "prestar contas e esclarecimentos". Dessa forma, a próxima data que Pacheco está propondo é o dia 3 de agosto, mas isso ainda será acordado com o BC.

"E quanto à nossa petição, ele [Pacheco] vai ouvir os líderes, ouvir os demais senadores e a assessoria jurídica, técnica, para ver que encaminhamento pode ser dado".

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