Planalto diz que prejuízo de invasões em 8 de janeiro chega a R$ 4,3 milhões
Relatório foi enviado à CPI mista que investiga ataques contra sedes dos Três Poderes
SBT News
O Palácio do Planalto encaminhou à CPI mista do 8 de Janeiro um relatório contabilizando os prejuízos contabilizados com a invasão à sede do Executivo durante os atos antidemocráticos do segundo domingo do ano. Trata-se de um total de R$ 4,3 milhões em danos ao patrimônio, incluindo depredação de obras de arte e presentes diplomáticos.
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O relatório foi enviado aos parlamentares nesta 3ª feira (27.jun). O levantamento é de autoria da Coordenação-Geral de Gestão Patrimonial da Presidência. Há, ainda, laudos do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A maior fatia dos prejuízos diz respeito à depredação de 24 obras de arte. Do total, 15 passaram por avaliação dos órgãos, que estimou prejuízo de, ao menos, R$ 3,5 milhões.
Segundo a Presidência da República, o rombo pode ser ainda maior, uma vez que algumas obras não possuem valor mensurado, como caso do relógio do século 17, entregue pela Corte francesa como presente a Dom João 6º ? há apenas duas unidades no mundo.
"Não apenas porque questões relativas ao simbólico são sensíveis a divergências de entendimento, mas também porque o valor estrito de obras artísticas é uma categoria fluida. Bens móveis podem depreciar ou não, podem valorizar ou não, conforme determinações individuais do Mercado de Arte, já que paradoxalmente ambas situações são possíveis", avalia a coordenadora-geral Técnica da Diretoria Curatorial dos Palácios Presidenciais, Laisa Günther, em nota técnica enviada à comissão.
Além das obras, o Planalto também narra ter identificado a destruição total ou parcial de 189 bens móveis, ao total de R$ 363 mil em prejuízos. A lista inclui computadores, televisões, cadeiras, monitores e outros.
Ressarcimento
Em abril, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o bloqueio de bens de mais de 45 presos suspeitos de envolvimento nos episódios de depredação aos prédios públicos da Esplanada dos Ministérios. O órgão pede ressarcimento de mais de R$ 26 milhões aos cofres públicos.
Já são seis processos movidos pela União para responsabilizar apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) flagrados pelas câmeras de circuito interno vandalizando as sedes dos Três Poderes. As ações miram 223 indivíduos, três empresas, uma associação e um sindicato.