"Precisamos de limite para voltar a crescer", diz senador Omar Aziz
Ele é o relator do projeto que prevê as novas regras fiscais para o governo
SBT News
Em entrevista ao SBT, Omar Aziz (PSD-AM), senador e relator da proposta de arcabouço fiscal na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), disse que a aprovação das novas regras fiscais será fundamental para o país voltar a crescer. "As pessoas querem uma segurança no investimento que possam no Brasil, desde que o país não gaste mais do que arrecada. Se você tem ali um limite, esse limite é importante porque dá segurança jurídica para quem quer investir".
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O projeto já foi aprovado na Câmara e, agora, depende da avaliação do Senado. O texto prevê um conjunto de medidas, regras e parâmetros para a condução da política fiscal do Estado brasileiro, com o controle dos gastos e receitas do país. Os objetivos são garantir a credibilidade e previsibilidade para a economia brasileira, bem como para o financiamento dos serviços públicos como saúde, educação e segurança pública.
"O trabalho do presidente Lula é um trabalho muito difícil para quem tem que liberar uma nação. Agora, votar as questões fiscais para que os juros baixem, para que a inflação caia e a gente volte a crescer e gerar emprego, isso é de consciência de todos. As pessoas podem discordar, tem um mais ortodoxo que quer o ajuste mais apertado, tem outros que não, que querem uma folga maior. Isso é um debate democrático e uma discussão política que vamos ter para aprovar o que for melhor para o país", diz o senador.
Omar Aziz pretende apresentar a proposta ainda nesta semana, mesmo com o feriado de Corpus Christi e o recesso parlamenter de julho se aproximando. Segundo ele, cada mudança será amplamente discutida.
"Teremos um esboço do relatório e devem surgir várias emendas. Vou analisar uma a uma e discutir com os senadores que as apresentaram. E aquelas mudanças que a gente tem que fazer, pretendo conversar com o presidente Arthur Lira (da Câmara) e com Cajado - que foi relator quando o texto passou pela análise dos deputados - também para que a gente possa fazer em conjunto, para que a gente não entre em recesso sem ter votado o arcabouço fiscal?, explicou.
Articulação política
Na entrevista, Omar Aziz falou da importância da participação direta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na articulação política com o Congresso Nacional.
"O presidente Lula assume o governo e o Brasil está numa situação total de desaprovação no mundo todo. Ele viaja para inserir o Brasil novamente no cenário global. Se ele volta para casa, ele começa a articular, conversar com os parlamentares, a discutir problemas nos estados, problemas do Brasil com os parlamentares. Não tenha dúvida nenhum que ninguém pode substituir, e aqui não estou criticando nenhum ministro, mas ninguém substitui o Lula como articulador político. Um cabra que eu conheço muito bem e sei muito bem como ele conduz, sei muito bem o carisma e o carinho como ele trata as pessoas", elogiou o senador.
O senador amazonense criticou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Nos últimos dias, a pasta foi enfraquecida após a Câmara aprovar a retirada da Política Nacional de Recursos Hídricos e a gestão do Cadastro Ambiental Rural (CAR) do guarda-chuva do Meio Ambiente. Além de ter alguns órgãos sendo integrado à outros ministérios, como Agência Nacional de Águas.
"A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, é uma fiscal da natureza, não é ministra. Qual é a proposta que você conhece dela para a Amazônia? O que se espera é que você volte os olhos para as pessoas que cuidam da Amazônia, que não depredem a Amazônia. Então, você tem o ministério que diz que você não pode nada fazer e também não dá uma alternativa. Qual é a alternativa? É um embate. Embate não é bom para nós brasileiros, desde que o país está dividido, não questiono o ministério, importantíssimo para o Brasil, mas tem que ter políticas públicas", reclama Omar Aziz.