General Dutra diz que Exército tinha estratégia para desmobilizar acampamento
Ex-chefe do Comando Militar do Planalto prestou depoimento à CPI dos Atos Antidemocráticos
Soane Guerreiro
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Ele afirmou que o Exército tinha uma "estratégia indireta" para desmobilizar o acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em frente ao quartel-general.
O depoimento era um dos mais aguardados. Chefe do Comando Militar do Planalto na época dos ataques aos Três Poderes, o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes é o primeiro oficial do Exército a falar na CPI. Os deputados do Distrito Federal querem entender o porquê da polícia local não ter sido autorizada a desmobilizar o acampamento dos apoiadores de Bolsonaro, em frente ao QG do Exército.
"Nós tentamos o tempo todo, desde o início, desmotivar o acampamento. O Exército é uma instituição preocupada com a dignidade humana, a preservação da vida, o cumprimento legal das atividades", disse o militar.
O general, que comandava -- inclusive -- a área onde está o QG do Exército, foi exonerado pelo governo Lula no mês passado. Ele responsabilizou outras instituições por nunca terem classificado o acampamento como ilegal: "nenhuma instituição que tinha a obrigação, ou tinha o poder, ou tinha a capacidade de dizer que aquele acampamento era ilegal o fez".
Na mesma sessão, os parlamentares aprovaram a convocação do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o coronel Mauro Cid, que está preso por suspeita de fraude em cartões de vacinação. A motivo da convocação foram mensagens extraídas do celular do militar, em que ele teria planejado um suposto golpe de estado.
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