Governo mapeia votos e foca no Centrão para sabatina de Mendonça
Indicado ao STF precisa de ao menos 41 votos dos 81 senadores; bancadas ainda estão divididas
Gabriela Vinhal
Sem garantia de vitória, o governo federal mapeia os votos favoráveis à indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal (STF). A votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado está marcada para 4ª feira (1º.dez), antes de levar o texto ao plenário, o que deve ser no mesmo dia. Interlocutores do Palácio do Planalto fazem uma força-tarefa para garantir votos principalmente de bancadas que ainda estão divididas.
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Entre os partidos rachados estão o MDB, o PSD, o DEM e o PP. A indicação de Mendonça, ex-ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), à Corte causou um verdadeiro cabo de guerra entre os dois principais grupos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro: políticos do Centrão e os evangélicos. O ex-ministro é pastor e foi indicado para assumir a cadeira deixada por Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho.
Dos 81 senadores, serão necessários ao menos 41 votos para referendar a indicação do presidente Jair Bolsonaro. Pelas contas do governo, há, ao menos, 45 votos. No entanto, para evitgar uma votação acirrada, o Executivo se empenha para ampliar essa margem. A ideia é que Mendonça seja aprovado por uma larga vantagem ainda na CCJ, para demonstrar que há um apoio ainda maior do que o imaginado.
Após quatro meses, o presidente da CCJ do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), decidiu marcar a sabatina do ex-ministro para a semana de esforço concentrado dos senadores. A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) foi escolhida relatora. Apesar de ser oposição ao governo, Eliziane é evangélica e simpatiza com a figura de Mendonça.