Precatórios: apesar de recuo do PDT, governistas acreditam em aprovação
Aliados de Bolsonaro contam com votos de deputados da base que estão no exterior
Gabriela Vinhal
Apesar da decisão da bancada do PDT, que decidiu votar contra a proposta de emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios na análise em segundo turno do texto, governistas ainda acreditam na aprovação da matéria. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que defende o projeto, conta com votos de deputados da base que estão em viagem no exterior - ao menos 10 parlamentares - e também com aqueles que não votaram na primeira etapa de análise da medida.
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Na semana passada,15 pedetistas dos 25 da bancada votaram favoravelmente à PEC, o que repercutiu mal entre os opositores ao governo de Jair Bolsonaro. Isso porque o placar final foi de 312 votos - quatro a mais do mínimo necessário (308). O presidente da legenda, Carlos Lupi, conversou individualmente com deputados para resolver impasse e reverter o cenário.
Segundo os "dissidentes" ouvidos pelo SBT News, houve uma "falha de comunicação" da legenda na votação da proposta, porque não teria ficado claro que a matéria era um "assunto partidário" e, por isso, teriam liberdade para escolher como votariam. Após o ex-governador do Ceará Ciro Gomes adiar o anúncio da pré-candidatura pela sigla após o resultado do primeiro turno, congressistas do grupo ouvidos pela reportagem cogitavam mudar o voto pela "união do partido".
Interlocutores de Lupi admitiram que não houve exatamente uma reunião da direção partidária com a bancada e que a votação caiu como uma "surpresa" na estrutura partidária. Além do PDT, deputados do PSB também contribuíram para a vitória do Palácio do Planalto: 10 dos 31 integrantes votaram pelo adiamento do pagamento de dívidas da União já reconhecidas pela Justiça para viabilizar o pagamento das parcelas do Auxílio Brasil.
Dirigentes da sigla, que avaliavam até fechar questão contra a matéria, pressionaram congressistas para que agora fossem contrários ao texto. Em nota, a direção nacional da legenda informou que tem "posição clara contrária à PEC" e fará o "possível para reverter os votos no segundo turno da votação, visando derrotar a proposta do governo. Se for necessário, o partido fechará questão contra a matéria", sustentou Carlos Siqueira, presidente do partido.