Servidores protestam contra reforma administrativa em aeroporto
Em Brasília, manifestantes receberam parlamentares com sucos de laranja personalizados
Bruna Yamaguti
Servidores receberam parlamentares no aeroporto de Brasília com protesto nesta 3ª feira (19.out). Em ato contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32), chamada de reforma administrativa, os manifestantes gritaram palavras de ordem e distribuiram sucos de laranja com os nomes e as fotos dos congressistas.
A ação nomeada "Não seja laranja desta PEC" foi idealizada pelo Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis) e pelo Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do MPU no DF (Sindjus-DF). O objetivo é pressionar os deputados para que votem contra a reforma, que trata de possíveis mudanças para os servidores públicos. Assista:
No Twitter, o Sindilegis divulgou imagens da campanha:
?? O Sindicato está com sua equipe empunhando bandeiras, carro de som, distribuindo materiais e proferindo palavras de ordem contra a #PEC 32. O texto poderá ser votado a qualquer momento no plenário da Câmara. Por isso, a mobilização precisa se fortalecer mais do que nunca! ? pic.twitter.com/y8IkRJPGpU
? Sindilegis (@Sindilegis) October 19, 2021
O deputado Marcel van Hattem (NOVO-RS) publicou vídeo do protesto em seu perfil oficial na rede social. "Acordaram cedo hoje, pelo visto. Para defender privilégio é fácil", disse.
Fui recebido há pouco no aeroporto de Brasília por uma aglomeração de sindicalistas gritando: "se votar não volta", por conta da votação da Reforma Administrativa. Que tal? pic.twitter.com/txymfiZmAm
? Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) October 19, 2021
O documento da PEC 32 está em tramitação na Câmara dos Deputados. Veja alguns pontos aprovados:
- Terceirização ampla de atividades e contratação de pessoal para serviços na União, Estados e Municípios;
- Aposentadoria integral para policiais;
- Possibilidade de redução de 25% da jornada e salário de servidores em caso de crise econômica;
- Definição de carreiras exclusivas de estado;
- Corte de férias superior a 30 dias para servidores da administração pública direta e indireta, membros de tribunais de constas, Ministério Público e Defensoria Pública.
Alguns partidos de oposição ao governo se posicionaram contra a medida. Em nota conjunta divulgada em setembro, PT, PDT, PSB, PSOL, PCdoB, Rede, Solidariedade e PV consideraram que o projeto altera a estrutura de Estado e dá brechas para o liberalismo.
"A PEC 32/2020 promove precarização do serviço público prestado à sociedade e das relações de trabalho na administração pública", diz trecho do documento divulgado.