Blanco diz à CPI que negociação com Davati seria para mercado privado
Ex-assessor do Ministério da Saúde também negou que tenha havido pedido de propina por doses de vacina
Gabriela Vinhal
O ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco afirmou, nesta 4ª feira (4.ago), que a intenção dele ao manter contato com a Davati Medical Supply era negociar imunizantes para o mercado privado. O tenente coronel foi apontado como um dos integrantes do jantar em que teria havido o suposto pedido de propina, por parte do ex-diretor da pasta Roberto Dias, de US$ 1 por doses de vacinas da AstraZeneca.
"Meu intuito se restringia ao desenvolvimento de um possível mercado de vacinas para o segmento privado, assunto que estava em discussão na sociedade civil por meio de interesse de grandes grupos econômicos brasileiros e das propostas de regulamentação no Congresso Nacional", disse, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
Aos senadores, Blanco ressaltou que via potencial em Luiz Dominghetti, policial militar que se apresentava como vendedor de vacinas, para se tornar um "parceiro comercial na iniciativa privada". "Da minha parte, sempre que se iniciava algum tipo de interlocução da minha parte, eu sempre deixei muito claro, porque foi uma coisa que ele, ao apresentar as condições da suposta proposta dele, ele dizia que também seria destinada ao meio privado", completou.
Segundo o ex-assessor, não houve pedido de propina durante o jantar, como apontou Dominghetti: "Eu saí antes, mas não houve pedido. No momento que eu estava lá não houve pedido. Sequer se conversou profundamente sobre vacina. Eu saí antes, não me recordo se o Dominghetti saiu logo comigo. Mas com certeza eu saí antes, eu intencionava assistir o jogo em casa, como eu assisti".
Veja reportagem do SBT Brasil: