CPI recebe médica Nise Yamaguchi nesta 3ª feira (1º.jun)
Ela é defensora do chamado tratamento precoce; nesta semana, apenas médicos participam das oitivas
SBT News
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia recebe nesta 3ª feira (1º.jun) a médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi. Ela é defensora do chamado tratamento precoce, que faz uso de remédios sem eficácia para covid-19, como hidroxicloroquina e azitromicina. A médica é próxima do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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Yamaguchi foi citada em outros dois depoimentos da Comissão, no do ex-ministro da Saúde Luís Henrique Mandetta e pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres. Os dois afirmaram que ela é uma das defensoras da mudança na bula da cloroquina.
A médica foi convidada pelo presidente Bolsonaro para integrar o comitê de crise ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Ela chegou a ser cotada para o cargo de ministra antes da nomeação do general Eduardo Pazuello.
Quando Barra Torres prestou depoimento, em 11 de maio, a médica bolsonarista disse estar à disposição para prestar esclarecimentos na CPI. Ela recebeu um convite, então, poderia recusar se assim preferisse. O pedido foi feito pelo senador Eduardo Girão (Podemos-CE), e também atende a uma solicitação do senador Marcos Rogério (DEM-RO).
À disposição da CPI
Quando o diretor-presidente da Anvisa prestou depoimento à comissão, Nise Yamaguchi divulgou uma nota em que voltou a defender uso de medicamentos sem eficácia comprovada e disse que Barra Torres não apresentava a realidade.
"Assessorei cientificamente os últimos quatro Governos Federais, bem como o do Estado de São Paulo. Já existem evidências científicas comprovadas para o uso de medicações que possam auxiliar no combate às fases iniciais da Covid-19 e, caso seja convocada, estarei à disposição da CPI da Covid-19 para esclarecimentos", disse.
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Outros depoimentos da semana
Pelo feriado de Corpus Christi, a CPI terá sessão apenas nesta 3ª feira (1º.jun) e 4ª feira (2.jun).
Quatro médicos estavam previstos para prestar depoimento na 4ª: o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Clovis Arns da Cunha; a presidente da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade, Zeliete Zambom; o infectologista Francisco Eduardo Cardoso Alves e o neurocirurgião Paulo Porto de Melo.
Mas, conforme apurou o SBT News, os quatro especialistas deverão ser remarcados e darão lugar a infectologista Luana Araújo, que passou 10 dias na secretaria especial do Ministério da Saúde.