Ministro da Saúde e diretor da Anvisa entram no alvo da CPI da Covid
Marcelo Queiroga e Antonio Barra Torres serão ouvidos nesta 5ª. Saiba o que já foi dito na comissão
SBT News
Depois de ouvir dois ex-ministros da Saúde, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid recebe, às 10h desta 5ª feira (5.mai), o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga. Além dele, o cronograma do colegiado prevê o depoimento do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.
Os dois devem ser questionados, principalmente, sobre a vacinação contra a covid-19 no Brasil. No cargo desde 23 de março, Queiroga já participou de audiência pública no Congresso, em 26 de abril, falando desse tema. À época, o médico cardiologista disse que o governo não reduziu as metas de imunização, apenas retirou do cronograma os imunizantes que ainda não foram aprovados pela Anvisa.
Barra Torres, por sua vez, deve prestar esclarecimentos sobre o processo de análise de uso das vacinas pela agência. Recentemente, a Anvisa negou a autorização para uso emergencial do imunizante russo Sputnik V e foi acusada pelos fabricantes de agir politicamente. Também formado em medicina, o contra-almirante assumiu a agência em novembro do ano passado. O mandato vai até dezembro de 2024.
Ex-ministros
Os ex-ministros que estiveram no comando da Saúde durante a pandemia estão sendo ouvidos em ordem cronológica pela comissão. Luiz Henrique Mandetta foi o primeiro, na 3ª feira (5.mai). Ao longo de quase oito horas, ele afirmou ter dado orientações ao presidente, incluive defendendo medidas restritivas, mas teria sido ignorado. Também indicou que Bolsonaro receberia um assessoramento paralelo, inclusive com participação de seus filhos, e que a Presidência cogitou mudar a bula da cloroquina -- remédio sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus -- para incluir a prescrição contra a covid.
Nesta 4ª, foi a vez de Nelson Teich, que passou menos de um mês à frente da pasta. A cloroquina, mais uma vez, foi pauta. O médico disse que deixou o ministério por divergir do presidente sobre o uso do medicamento contra a covid e por não ter a autonomia necessária para conduzir as ações de enfrentamento à pandemia.
Mais fiel a Bolsonaro e ministro que mais tempo ficou na pasta durante a pandemia, o general Eduardo Pazuello seria ouvido nesta 4ª, no lugar de Teich, mas alegou ter encontrado pessoas que testaram positivo para covid, e teve a oitiva remarcada para o próximo dia 19. O colegiado avalia que o depoimento de Pazuello deve ser o mais conturbado da CPI.
Novas convocações
A comissão convocou nesta 4ª feira mais dois ex-integrantes do governo federal: o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fábio Wajngarten e o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo.
Além deles, irão à CPI o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas; a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade; o secretário de Saúde de Amazonas, Marcelus Campelo; e representantes da Pfizer e da União Química.