Depoimento de Pazuello à CPI é adiado; Teich será ouvido na 4ª feira

O depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia foi adiado. O general, que seria ouvido na 4ª feira (5.mai), diz ter tido contato com assessores que tiveram sintomas da covid. A informação foi confirmada pela assessoria do presidente do colegiado, senador Omar Aziz (PSD-AM). Ainda não há uma nova data para a oitiva de Pazuello.

Com isso, o segundo ex-titular Nelson Teich será ouvido no lugar de Pazuello. O médico falaria ainda nesta 3ª feira (4.mai), após Luiz Henrique Mandetta (DEM), que estreia a lista de testemunhas convocadas pela CPI. Na 5ª feira (6.mai), é a vez do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falar ao colegiado, além do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres.

A expectativa é que Mandetta seja questionado sobre sua saída do ministério, falta de testes e medidas de segurança sanitária. Ele foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em abril do ano passado, após divergências sobre isolamento social e tratamento precoce. Mandetta era contra o uso de hidroxicloroquina -- medicamento sem eficácia comprovada defendido por Bolsonaro -- e favorável ao lockdown. 

Teich, por sua vez, será abordado sobre o real motivo de ter deixado a pasta. O médico, que sucedeu Mandetta, não completou nem um mês à frente do Ministério da Saúde. Em seu discurso de despedida, o ex-ministro disse que a vida era feita de escolhas e ele "escolheu sair". À época, o Brasil somava 14.455 mortes provocadas pelo coronavírus e 212.198 casos confirmados da doença. 

A CPI foi instalada na semana passada para investigar as ações do governo federal no combate à pandemia e o repasse de recursos federais a estados e municípios -- pleito do Palácio do Planalto, que tenta retirar o foco do colegiado no Executivo e direcionar as investigações contra governadores e prefeitos.