G7 da CPI vai questionar Mandetta e Teich sobre kit covid e lockdown
Congressistas querem saber também o que motivou exatamente a saída deles do Ministério da Saúde
Gabriela Vinhal
O "G7", grupo formado por membros da oposição e de independência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, se prepara para traçar estratégias para o primeiro dia de oitiva do colegiado. Reuniões estão previstas para este fim de semana e para 2ª feira (3.mai) para definirem a sequência de perguntas que serão feitas aos ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e Nelson Teich, que prestarão depoimento na próxima 3ª feira (4.mai).
Senadores tentam entrar em um entedimento acerca da narrativa das oitivas. Os fatos devem ser questionados de acordo com a linha cronológica dos acontecimentos. Entre os principais pontos, estão a recomendação de uso do "kit covid" para tratamento precoce, que não tem comprovação científica, e a defesa de medidas de restrição, como lockdown e uso de máscaras.
A ideia é mostrar até que ponto as determinações de Mandetta e Teich se manteriam as mesmas se tivessem plena liberdade de decisão. Ou seja, o grupo quer saber até onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) interferiu nas decisões da Saúde no combate à pandemia. Também serão questionados os motivos pelos quais ambos deixaram a pasta. Mandetta ficou pouco mais de um ano à frente do ministério e Teich, cerca de um mês.
General Eduardo Pazuello, ministro da Saúde que ficou por mais tempo no governo, prestará depoimento como testemunha na 4ª feira (5.mai). O ex-ministro terá que justificar a desabastecimento de oxigênio para o Amazonas, além de pontos do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre sua gestão na pasta, como a falta de orçamento para medidas de enfrentamento e problema com compras e entregas de equipamentos.