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Congresso

Maia: Bolsonaro quer "patrocinar" presidente da Câmara para passar pautas de costumes

Presidente da Câmara disse que o governo está "desesperado" para emplacar propostas conservadoras e agradar o eleitorado

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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados
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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta 4ª feira (9 dez) que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), está "desesperado" para "patrocinar" o sucessor dele na Casa e conseguir aprovar pautas conservadoras prometidas a seus eleitores durante as eleições de 2018.

"Se todos os candidatos defendem a pauta econômica, para que o presidente quer interferir no processo? Porque quer as outras pautas. Ele quer a pauta contra o meio ambiente, a pauta das armas, essas pautas que ele defende, que precisa de um presidente da Câmara patrocinado por ele para avançar nessas pautas", disse Maia.

O deputado convocou uma coletiva de imprensa praticamente no mesmo horário em que o rival, o candidato do governo à presidência, Arthur Lira (PP-AL), marcou o lançamento da candidatura, na presidência do partido. Maia, ainda não definiu quem apoiará, mas há cinco nomes sendo ventilados: Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Marcos Pereira (Republicanos-SP), Baleia Rossi (MDB-SP), Luciano Bivar (PSL-PE) e Elmar Nascimento (DEM-BA).

Questionado se não está atrasado para anunciar quem será o candidato do grupo, Maia minimizou o prazo e disse que tem a "qualidade de ouvir muita gente" para fazer uma escolha coletiva: "Vou escolher o candidato junto com um grupo de partidos e de deputados. Será construída com muitas mãos. Às vezes dá conflito, às vezes alguns se sentem preteridos, mas é parte do processo".

Para o deputado, apesar da rapidez de Lira em já fazer campanha, "pesquisa de boca de urna também pode errar". "Nossa pressa não é pela escolha do nome, mas para construir o movimento que amplie o máximo possível a participação não apenas dos partidos, mas da sociedade".
 

PEC Emergencial

 
Maia criticou ainda o atraso na votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que garante ao governo cortar gastos obrigatórios no orçamento para o período após a pandemia do novo coronavírus. O deputado afirmou que o Executivo havia prometido que o texto seria votado em dezembro de 2019.

"Estou pensando, para dar um alerta ao governo, trazer um bolo amanhã para comemorar um ano da promessa do governo de votar a PEC Emergencial no Senado em 5 de dezembro de 2019. Já completou um ano e a PEC Emergencial não foi votada. Se ela era importante no ano passado, para o próximo ano ela é decisiva. A gente tem que fazer esses alertas", ironizou.

Para o presidente da Câmara, "dá para fazer um livro com três volumes com as promessas que a equipe econômica fez e não botou de pé". Isso porque, diante da dificuldade em negociar com parlamentares, pautas prioritárias para o governo não avançaram neste ano, como foi o caso da reforma tributária e da reforma administrativa.

Sobre o orçamento de 2021, Maia negou que o Congresso vá aprovar prorrogação no decreto de calamidade pública ou da PEC do Orçamento de Guerra, que criou uma espécie de um segundo orçamento do governo diante da crise da Covid-19. O deputado disse que o governo deve trabalhar para organizar o orçamento dentro das regras atuais, respeitando a regra de ouro, por exemplo.
 
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