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Congresso

Esquerda racha na Câmara e negocia até com Lira, candidato de Bolsonaro

Divididos, parlamentares da oposição não descartam apoio ao nome apoiado pelo governo na corrida à Presidência da Casa

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O deputado Arthur Lira (PP-AL), pré-candidato a presidente da Câmara. Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
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Após o banho de água fria do Supremo Tribunal Federal (STF) na possibilidade de reeleição dos presidentes da Câmara e do Senado, candidatos ao posto correm para discutir negociações e conseguir apoio dos parlamentares para vencer a disputa, marcada para 1º de fevereiro de 2021. A peça-chave para largar na frente é conquistar a oposição, com cerca de 130 dos 513 congressistas - secretarias da Mesa Diretora começam a ser discutidas, além da presidência de algumas comissões.

Com ao menos nove candidatos informais na disputa na Câmara, sabe-se que o grupo está dividido em dois lados: entre o candidato do governo, Arthur Lira (PP-AL), e o candidato do grupo do atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ainda não foi definido. Aliados do líder do Centrão alegam que ele teria a aprovação de cerca de 60 parlamentares da oposição, entre o PSB, PDT e PT.

Isso porque o deputado alega não defender as pautas conservadoras do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e diz que sempre cumpriu acordos. Para 2021, as siglas tentam entrar em um bloco para conquistar ao menos duas secretarias na Mesa. Neste ano, apenas o PDT foi presenteado, com Mário Heringer (MG) na 2º secretaria. O Psol, por sua vez, manterá a tradição de independência e lançará um candidato próprio à eleição.


Arthur Lira (PP-AL) em encontro com Paulo Câmara, governador de Pernambuco e filiado ao PSB. O deputado também teve forte atuação nos bastidores para eleger JHC, também do PSB, para a prefeitura de Maceió

Ainda com a caneta em mãos, interlocutores de Lira estimam que, para chegar aos 257 votos necessários, teriam que conquistar os "independentes" do Centrão, que hoje apoiam Maia. Para se contrapor à narrativa de Maia de uma "Câmara livre", o deputado alagoano tem defendido uma Câmara "harmoniosa" e dito a congressistas de esquerda que não é um braço direito de Bolsonaro, apenas tem "uma boa relação".

O eleitorado fiel do deputado está na base aliada do governo, com o PP, PL, PSD, Avante e Solidariedade, com 135 deputados. O bloco formado pelo PSL, PTB e Pros, com 62 parlamentares, também é almejado por Lira, mas ainda está indeciso. Atualmente, o grupo está mais alinhado a Maia, porque o presidente do PSL, Luciano Bivar (PE), é um dos candidatos do atual presidente na disputa.

Entretanto, ele estuda abrir mão da candidatura, por ser resistência entre a bancada da oposição e parte de membros do Centrão. O líder do grupo, Felipe Francischini (PSL-PR), comanda as negociações e quer novamente a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para o partido. Mas, na bancada, já há resistência dos aliados de Bivar a se aproximarem novamente de Bolsonaro, com uma eventual aliança com Lira.
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