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Jornalismo

Exército mantém 480 militares aquartelados após furto de metralhadoras na Grande SP

Das 21 armas que sumiram, 13 são capazes de derrubar aeronaves

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Arsenal de Guerra de São Paulo
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480 militares estão aquartelados em Barueri, na Grande São Paulo, por ordem do Exército, desde a última 4ª feira (11.out), desde o sumiço de 21 metralhadoras de uso restrito.

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Parentes levam comida e material de higiene para os militares do Arsenal de Guerra de São Paulo, já que não há previsão de liberação deles. Muitos deixaram o local chorando.

Uma inspeção, na 3ª feira (10.out), apontou o sumiço de 13 metralhadoras calibre .50, capaz de derrubar aeronaves, e outras oito de 7,62mm.

Metralhadora de calibre .50 | Reprodução
Metralhadora calibre 7,62 | Reprodução/SBT

O armamento costuma ser usado por integrantes do crime organizado em assaltos a carros-fortes e transportadoras de valores. Até agora, o Exército não sabe explicar como tantas armas sumiram de um quartel que só existe para tomar conta delas.

Depois de levar comida para o marido, uma mulher contou que está passando dificuldade. Ela cuida sozinha dos filhos pequenos. "Toda hora chama mamãe, cadê papai? E eu falo papai está trabalhando e ela fala não mamãe, papai foi embora, não volta mais, aí aperta o meu coração, fico arrasada".

O sofrimento dos parentes só pode ser retratado sem identificá-los. No rápido contato que têm com os militares lá dentro, todos são orientados a não falar com a imprensa, porque os jovens detidos no quartel podem sofrer represálias. Os celulares de todos eles foram recolhidos. Um pouco antes, um militar tirou uma foto que mostra o alojamento improvisado.

Na noite de 5ª feira (12.out), soldados foram mantidos na chuva por algumas horas como forma de punição. A presença da imprensa na porta do quartel também não agradou os militares.

O desaparecimento das armas era mantido em sigilo absoluto pelo comando do Exército. A revolta dos parentes dos militares, proibidos de sair do quartel, fez o escândalo vir à tona. Só depois disso, o Exército assumiu a impressionante falha de segurança.

Em uma nota, o Comando Militar do Sudeste minimizou a gravidade do acontecido, afirmou que as 21 metralhadoras são "armamentos inservíveis", ou seja, não estariam funcionando, o que, segundo o integrante do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, não diminui o tamanho do problema.

"Eles vão entregar pra alguns armeiros, que tem inúmeros, alguns são provenientes do Exército mesmo, e esses sujeitos vão por as armas em ordem, vamos dizer que tenha meia dúzia, substituindo peças de uma pra outra eles vão ter umas quatro, se forem mais de 10 eles vão ter umas oito, isso dá pra fazer uma guerra, eles têm condição de por ela em funcionamento, e vão por elas em funcionamento, o que precisa agora é uma investigação muito bem feita", afirma Guaracy Mingarde.

A nota do Exército afirma ainda que a tropa de 480 militares está aquartelada de prontidão, conforme previsões legais para poder contribuir com as investigações. Até os que estavam de férias ou de licença tiveram que se apresenta.

O Comando Militar do Sudeste informou que a denúncia de que os militares foram castigados não procede e que foram disponibilizados números de telefones para que parentes possam falar com os aquartelados.

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