Testemunhas-chave de atropelamento em São Paulo são ouvidas pela polícia
Atropelador ironizou vítima nas redes sociais e pode ser indiciado por dois crimes
Luciano Teixeira
A polícia de São Paulo deve indiciar por dois crimes o motorista de aplicativo que atropelou e matou um suspeito de furtar um celular. Ele chegou a postar vídeos nas redes sociais zombando da vítima. Nesta 6ª feira (5.mai), foram ouvidas mais duas testemunhas, que estavam no carro de onde o celular foi levado.
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Eliane e Fernando Krubiniki prestaram depoimento, por uma hora, em uma delegacia da zona sul da capital paulista. Na saída, eles não quiseram falar com a imprensa.
Segundo o delegado responsável pelo caso, eles são testemunhas-chave no inquérito, porque eram passageiros de um carro de aplicativo, e viram o que aconteceu logo depois do atropelamento de Matheus Campos da Silva, de 21 anos.
"Essas testemunhas que foram ouvidas, tais declarações serão confrontadas com o laudo pericial que é importante, mas a princípio indica que possivelmente num primeiro momento seja um atropelamento acidental", diz o delegado Percival Alcântara.
No depoimento, Eliane disse que viu Matheus cometendo o furto e o reconheceu depois do acidente, confirmou que ela e Christofer Rodrigues, motorista que atropelou o rapaz, tentaram parar uma ambulância que estava ocupada e, em seguida, pediram ajuda a uma viatura da Guarda Civil Metropolitana.
Christofer Rodrigues, de 26 anos, postou vídeos em que aparece debochando do jovem embaixo do veículo, enquanto ele pedia socorro.
Com o depoimento das duas testemunhas, a Polícia Civil já tem elementos para indiciar Christofer Rodrigues pelos crimes de homicídio culposo e incitação à violência, e deve ouvir de novo o autor do atropelamento.
"Ele pode ser ouvido novamente mais no final do inquérito para alguma pergunta que faltou. Responderia em liberdade até o momento", diz o delegado.
O advogado da família de Matheus diz que há provas de que o atropelamento foi intencional. "Eu não aceito esse indiciamento por homicídio culposo, vou me reunir com o promotor de Justiça, vamos trabalhar em cima das provas que nós temos pra que a tipificação mude para homicídio doloso, que é o que tem que ser", diz Walisson dos Reis.
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