Aumenta o número de quedas de idosos
Internações também subiram em 2022, alta de 17% em relação ao ano anterior
Gudryan Neufert
O número de internações de idosos por causa de quedas subiu 17% no ano passado, em comparação com 2021. Em relação aos números gerais de quedas acidentais, houve um aumento de 35% entre pessoas com mais de 60 anos de idade, no último ano na cidade de São Paulo.
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Segundo levantamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde, em 2022, o Sistema de Informação para a Vigilância de Acidentes (Siva), recebeu 13.075 notificações de quedas nesta população, enquanto em 2021, foram 9.671.
A quantidade de internações decorrentes de tombos cresceu quase na mesma proporção. Em 2021 foram 3.055 internações, número que passou para 3.903 no ano seguinte, uma elevação de 27,75%, segundo registros do Sistema de Informação Hospitalar da Secretaria.
Segundo os especialistas consultados, fisioterapeutas e gerontólogos, esse aumento das quedas entre os idosos está relacionado à perda da massa muscular provocado pelo isolamento que os idosos enfrentaram no período da pandemia.
Atendimento
O socorro aos acidentados é feito pelas Unidades de Referência à Saúde do Idoso (Ursis). Em São Paulo existem 13, e se inserem no nível secundário da atenção à saúde, oferecendo atendimento pela Equipe Interprofissional, em âmbito individual e coletivo, dentro de uma visão integral.
O objetivo das Ursis é garantir a promoção e atenção integral à saúde do idoso mais fragilizado no nível secundário de assistência do Sistema Único de Saúde (SUS), para que o idoso permaneça na comunidade durante o maior tempo possível e com a maior capacidade funcional atingível, obedecendo aos protocolos de encaminhamento.
As Ursis devem prestar atendimento às patologias mais complexas, aos problemas específicos do envelhecimento e às complicações das patologias mais prevalentes. Os profissionais dessas unidades devem assumir, também, ações de prevenção de doenças e de promoção e proteção da saúde, além de ações educativas e de auxílio aos profissionais da atenção primária, num trabalho interprofissional e intersetorial.
Sobre o PAI
O Programa Acompanhante de Idosos (PAI) atende cerca de 6 mil pessoas no município. Com 50 equipes, o PAI atende aos idosos em situação de fragilidade e alta vulnerabilidade social, disponibilizando prestação dos serviços de vários profissionais e acompanhantes de idosos, inclusive nos domicílios. Essas equipes prestam apoio e suporte nas atividades diárias, com o intuito de promover assistência integral à saúde da população idosa. Cada equipe conta com assistente social, enfermeiro, médico, acompanhantes de idosos, motorista e profissional administrativo.
Para participar do programa ou ter acesso a qualquer outro serviço voltado para idosos, basta procurar uma UBS de referência do bairro. Os endereços podem ser acessados pelo link http://buscasaude.prefeitura.sp.gov.br/.
Como prevenir
A fisioterapeuta Andrea Guerra diz que algumas armadilhas estão dentro de casa. "As maiores quedas vêm do tapete, a gente precisa ter um corrimão nas escadas, tem que tomar cuidado com piso escorregadio e o uso de chinelo provoca bastante queda também".
Dona Maria Aparecida da Cruz,de 76 anos, é uma das vítimas de quedas. Ela diz que foi ao supermercado e lá "minha perna falhou e caí de cara no chão. Falei, quebrou tudo, né?, mas graças a Deus foi só dor mesmo".
Desde então, ela faz fortalecimento das pernas, na Clínica Movimento e Postura, na Vila Cruzeiro, em São Paulo. A clínica existe desde 2014, conta atualmente com sete fisioterapeutas e tem 200 pacientes fixos fora os rotativos.