PF prende quatro policiais militares do DF por omissão em atos golpistas
Chefe do departamento operacional da Polícia Militar está entre os detidos

Paola Cuenca
A Polícia Federal prendeu, nesta 3ª feira (7.fev), quatro policiais militares do Distrito Federal. Os oficiais são suspeitos de omissão e de terem colaborado com os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
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O coronel Jorge Eduardo Naime Barreto foi preso preventivamente. No dia do ataque às sedes dos Três Poderes, em Brasília, ele era o chefe do departamento operacional da Polícia Militar, mas estava de férias.
No depoimento que deu à Polícia Federal, o ex-comandante da PM, coronel Fábio Augusto Vieira, relatou que, quando a situação já estava sendo controlada, viu o coronel Naime na parte de cima da rampa do Congresso, e depois o encontrou na parte de baixo, no gramado central, perguntou o que Jorge Naime estava fazendo lá, porque ele estava de férias. O coronel Naime afirmou que tinha ido ajudar.
Naime foi exonerado da chefia operacional da PM, no dia 10 de janeiro, pelo interventor na segurança pública, Ricardo Cappelli.
Nesta 3ª, a Polícia Federal também cumpriu três mandados de prisão temporária. Os alvos foram o tenente Rafael Pereira Martins e o capitão Josiel Pereira César - que atualmente é ajudante de ordens do comandante-geral da Polícia Militar.
Também foi preso o major Flávio Silvestre de Alencar. É ele quem aparece em imagens do Supremo Tribunal Federal, dando comando para que policiais do Choque, que faziam barreira na lateral do Congresso, deixassem o local. Com a saída do efetivo, apenas um ônibus e um caminhão blindado ficaram na via que, pouco depois, foi invadida pelos manifestantes golpistas.
A Advocacia-Geral da União pediu à Justiça Federal que aumente o bloqueio de bens determinado contra 134 pessoas e sete empresas ligadas aos atos de vandalismo. O valor já autorizado de R$ 18,5 iria para R$ 20,7 milhões. O objetivo é que esses recursos sejam usados para custear os reparos ao patrimônio público.
A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime disse que ele agiu conforme a lei, realizou todas as prisões possíveis no momento das invasões, e que investigações demonstrarão a inocência do coronel. Não conseguimos contato com as defesas dos outros militares presos.
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