Descontrolada, cliente agride entregador em prédio no DF
Mais um trabalhador foi alvo de xingamentos de moradores. Mulher se irritou porque rapaz não subiu ao apartamento
Bruno Silveira
O Distrito Federal registrou mais um caso de agressão a um entregador, desta vez em um condomínio de prédios em Ceilândia (DF). É o quarto caso, ao menos divulgado, que é registrado no Distrito Federal. Este último foi registrado na 6ª feira (16.dez).
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Desta vez, o trabalhador foi agredido e xingado por uma moradora que se irritou porque o rapaz não quis subir até o apartamento. Os entregadores, de acordo com a plataforma de aplicativo que fornece o serviço, não são obrigados a cumprir essa função, salvo exceções.
No prédio em Ceilândia, o motoboy Caio Rocha aguardou a cliente descer para entregar o pedido. Quando a mulher foi receber o pacote na portaria, começou a discutir, terminando em agressões verbais e físicas contra o trabalhador.
A polícia foi acionada e Caio, que está no ramo há dois anos e meio, registrou um boletim de ocorrência. A mulher, por outro lado, culpou a plataforma pelo mal-entendido, afirmando que pagou R$ 20 para que o pedido fosse entregue no imóvel. Ela considerou que se "excedeu".
A agressão a Caio é a quarta situação de agressão a trabalhadores ocorrida só em dezembro. Todas as confusões e agressões foram causadas pelo mesmo motivo: a exigência de clientes para que os entregadores levassem os pedidos diretamente na porta dos apartamentos.
Em 2023, a Associação dos Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e entorno (AMAE) vai adotar medidas para acabar com os conflitos sobre as responsabilidades do entregador. Um ponto foi definido: por conta do medo e da violência, os motoboys decidiram que não sobem mais até os apartamentos.
A classe, em todos os casos, se mobilizou e protestos foram realizados após os quatro episódios de agressões. Segundo o iFood, a plataforma mais conhecida, não existe a obrigatoriedade de o entregador subir até os imóveis, orientando que os clientes desçam para receber os pedidos.
Enquanto isso, os trabalhadores, já penalizados pela precariedade e riscos, seguem com a insegurança e o temor de ser alvos de clientes descontrolados.
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