Comércio ilegal de cigarro dá prejuízo de R$ 2 bi aos cofres públicos
Operação desmantelou organização criminosa que contava com policial federal coordenando esquema
Renata Igrejas
Um prejuízo bilionário e uma quadrilha desmantelada: a operação Smoke Free ? algo como "cigarro livre", em inglês - cumpriu 27 mandados de prisão preventiva e outros 50 de busca e apreensão contra uma organização criminosa que deu um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões aos cofres públicos por conta do comércio ilegal de cigarros. Os agentes foram às ruas na manhã de 4ª feira (23.nov), no Rio de Janeiro (RJ).
Um dos alvos é filho do ex-governador Sergio Cabral, José Eduardo Neves Cabral, de paradeiro ainda desconhecido. Quando soube do pedido de prisão do filho, Sergio Cabral desmaiou. O ex-governador está preso no batalhão especial prisional em Niterói. Segundo informações da Polícia militar, Cabral passa bem.
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A ação, feita pela Polícia Federal em conjunto com a U. S. Homeland Security Investigations (HSI), da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, focou o grupo armado especializado nas atividades ilegais. Cerca de R$ 300 milhões em bloqueios de bens foram ordenadas, incluindo dinheiro em espécie, criptomoedas e carros de luxo.
As investigações apontam que a organização criminosa falsificou ou não emitiu notas fiscais e fazia o transporte e venda de cigarros advindos do crime em áreas dominadas por outras fações por quase três anos, de 2019 a 2022. A apuração policial teve início em 2020.
As organizações criminosas faziam acordos e lavavam os recursos obtidos de forma ilícita. As altas quantias em dinheiro eram remetidas para o exterior. Havia, também, uma espécie de "serviço paralelo de segurança": um policial federal coordenava o esquema, integrado por bombeiros e outros policiais militares. Até o momento, 13 já foram presos, sendo sete PMs, um policial federal e um bombeiro. O grupo detido seria o "braço armado" dos criminosos.
Entre os crimes que a quadrilha poderá responder, estão evasão de divisas, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital, sonegação fiscal, duplicata simulada e receptação qualificada. As penas podem chegar a 66 anos de prisão.
Segundo a PF, "o grupo econômico que suporta a organização criminosa investigada é devedor contumaz da União e possui débito tributário de aproximadamente R$ 2 bilhões, segundo informado pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional".
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