Embaixadores italianos aconselham saída de cidadãos da Rússia
País teme nova escalada da guerra e pede que retirada seja feita "o mais rápido possível"
Camila Stucaluc
A Embaixada da Itália na Rússia emitiu uma nota recomendando que os cidadãos deixem o país. A medida, publicada na 5ª feira (29.set), acontece em um momento que Moscou entra em uma escalada perigosa da guerra contra a Ucrânia, que engloba a mobilização parcial de reservistas e a anexação ilegal de quatro territórios ucranianos.
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"Considerando a mais recente evolução do contexto internacional e a crescente dificuldade nas conexões aéreas e nas estradas para sair da Rússia, recomendamos que os cidadãos italianos presentes na Rússia avaliem se a permanência é necessária e, em caso contrário, deixem o país", diz o comunicado.
A declaração se refere ao aumento significativo de travessias russas em países europeus. Segundo dados da agência UE Frontex, apenas na última semana, a quantidade de cidadãos atravessando a fronteira cresceu 30%, totalizando quase 66 mil pessoas. A Geórgia também está entre os destinos, contabilizando mais de 53,1 mil passagens.
Na carta, os embaixadores ressaltam que os deslocamentos devem ser programados o mais rápido possível, uma vez que o espaço aéreo para voos procedentes de Moscou dispostos pela União Europeia foi fechado. Com isso, as travessias são realizadas principalmente por meios terrestres, com horas de trânsito.
Outro país que recomendou a retirada dos cidadãos foi os Estados Unidos, que pediu, no início da semana, para a evacuação "imediata" dos civis. De acordo com o governo norte-americano, cidadãos com dupla cidadania correm o risco de não ter a cidadania americana reconhecida pelas autoridades russas e de serem recrutados para o serviço militar.
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"Lembramos aos cidadãos dos EUA que o direito à reunião pacífica e à liberdade de expressão não são garantidos na Rússia. Evite todos os protestos políticos ou sociais e não fotografe o pessoal de segurança nesses eventos. As autoridades russas prenderam cidadãos americanos que participaram de manifestações", alertou a embaixada.