Covid: pesquisa da Fiocruz alerta para morte de menores de 5 anos

Uma análise do "Observa Infância", projeto ligado à Fiocruz, afirmou que 1.730 menores de cinco anos morreram por complicações da covid-19 desde o início da pandemia. Na média, são duas mortes nessa faixa etária por dia. 

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Marcelli Pioli é enfermeira e mãe do João Arthur, de um ano e três meses, e não vê a hora de vacinar o bebê contra a covid. "Eu trabalhei na linha de frente e vi muita gente sendo entubada e morrendo. Não quero que o João Arthur passe por nem a metade disso", afirmou. 

Apesar do total de mortos nessa porcentagem corresponder a 0,22% do total de óbitos pela doença no país, o índice não pode ser ignorado segundo o coordenador da pesquisa, que considerou dados do Ministério da Saúde. "Se fossem 40 carretas que despencassem com esse mesmo número de crianças seria uma tragédia", compara Cristiano Boccolini;

O nordeste  (43,9%) é a região com o maior número de vítimas entre crianças abaixo de cinco anos, seguido por sudeste (24,5%), norte (18,1%), sul (7,3%) e centro-oeste (6,1%). Para mudar esse quadro, os pesquisadores da Fiocruz afirmam que é importante ampliar, o mais rápido possível, a vacinação entre as crianças -- hoje restrita aos maiores de cinco anos. No entanto, até o momento, a Anvisa só recebeu um pedido para a aprovação de imunizantes para os mais novos.

O imunizante coronavac, do instituto Butantan, fez a solicitação para a Anvisa em março. Diversas sociedades médicas participam do processo de análise, que ainda não tem prazo para terminar. Já a Pfizer ainda prepara um pedido junto à Anvisa.