Surto de covid na China é causado por baixa procura da dose de reforço
Segundo pesquisadores, imunização adicional é essencial para amenizar os casos graves da ômicron
SBT News
O recente surto de covid-19 em Xangai, na China, que levou o governo a decretar um lockdown rígido e manter cerca de 25 milhões de pessoas em casa está relacionado, principalmente, à baixa adesão da população à dose de reforço. Apesar da maioria dos casos confirmados ser assintomático, a rápida disseminação da variante ômicron pode atingir especialmente grupos mais vulneráveis, como idosos e imunossuprimidos.
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Segundo o vice-presidente da farmacêutica Sinovac, Weining Meng, a medida adotada em Xangai segue a política chinesa de "Covid zero", que procura manter os indivíduos com PCR positivo isolados, mesmo aqueles sem sintomas. "De 25 mil pessoas que testam positivo, apenas 400 apresentam sintomas. A maioria é assintomática justamente porque já recebeu a vacina e está protegida contra casos graves", diz. Ele acrescenta que as testagens em massa realizadas no país auxiliam na identificação dos casos assintomáticos.
Independente da tecnologia utilizada, todas as vacinas contra covid-19 são menos efetivas contra a infecção pela ômicron, mas mantêm a proteção contra casos graves, como já foi observado em estudos. Em Hong Kong, por exemplo, após três doses de CoronaVac ou Pfizer (vacinas mais aplicadas na região), a proteção contra a ômicron grave subiu para 97%.
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No total, 48% dos idosos acima de 70 anos tomaram as três doses da vacina na China - para quem tem mais de 80 anos, esse percentual cai para 20%. "A principal razão para o novo surto na China é que muitas pessoas não estão buscando a dose de reforço - e com a ômicron circulando, a terceira dose é necessária independente da vacina", afirma o imunologista Gustavo Cabral, do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).