Justiça condena a 8 anos acusados de planejar resgate de Marcola
Bilhetes com detalhes da fuga foram apreendidos por agentes enquanto os réus cumpriam pena em São Paulo
SBT Brasil
A Justiça de São Paulo condenou, na última 6ª feira (25.mar), a 8 anos de prisão dois detentos acusados de planejar o resgate de Marco Willians Herbas Camacho, o "Marcola", que é apontado como principal chefe do PCC.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Valdeci Francisco da Costa, o "Ci", e Márcio Domingos Ramos, o "Gaspar", cumpriam pena, em abril de 2019, a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, quando agentes do presídio informaram ter apreendido bilhetes com detalhes sobre o plano para resgatar Marcola na Penitenciária Federal de Brasília. Um terceiro detento, que estaria envolvido no esquema, foi inocentado por falta de provas.
Segundo o Ministério Público de São Paulo, as cartas encontradas com "Ci" e "Gaspar" estavam codificadas, mas, ao longo das investigações, foi possível identificar o responsável pela coordenação da operação nas ruas. O escolhido para a função foi o narcotraficante apontado como braço direito da "Marcola", Gilberto Aparecido dos Santos, o "Fuminho", que, na época, estava em liberdade. "Fuminho" foi preso pouco tempo depois, em abril de 2020, em Moçambique, na África, de onde foi extraditado; atualmente, o traficante cumpre pena na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná.
As mensagens também apontavam o envolvimento de outro membro da facção, Carlos Henrique da Silva, o "Carlão", que seria o encarregado pelo recrutamento de comparsas em todos os estados brasileiros para participar do resgate. Ele foi preso em maio de 2019.
Relatórios do serviço de inteligência da força de segurança destacaram expressões usadas pelos criminosos para codificar as cartas, evitando assim que o plano fosse descoberto. O código "terra dos candangos", por exemplo, se referia à Penitenciária Federal de Brasília, onde está "Marcola". Já em outro trecho, a expressão "o pombo levantou voo" fazia referência aos drones utilizados para fazer o levantamento do presídio e da rotina dos agentes penitenciários federais.
Os três presos envolvidos no inquérito foram transferidos para presídios federais a pedido do Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, de Presidente Prudente.
Leia também: