Quarentena de 5 dias não é prática nem eficaz, diz infectologista
A médica aponta que é preciso mecanismos para fiscalização
Fernanda Bastos
A quarentena de cinco dias se tornou obrigatória para viajantes não vacinados que querem entrar no Brasil. De acordo com a portaria n° 661/2021 da Presidência da República publicada nesta 5ª feira (9.dez), ao fim do prazo, o visitante deverá fazer um teste para descartar a infecção pelo novo coronavírus.
Em entrevista ao Agenda do Poder, a infectologista Ana Helena Germoglio afirma que a medida da quarentena de cinco dias é ineficaz e menos prática do que a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacina. "A gente dá conta de, como país, fiscalizar isso?", questiona a médica.
Para a infectologista, o Brasil, que já é um país com alto número de turistas, agora perto das festas de fim de ano, pode ter fiscalização da quarentena prejudicada. " A quarentena de cinco dias pode ser adotada, mas é preciso mecanismos para fiscalizar. Porque se não, vai ser mais uma lei para dizer que fez algo, pois pelo tamanho do país e pelo número de pessoas necessárias para fiscalizar, vai ser difícil", destaca.
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Ana Helena ainda explica que uma vez que a pessoa entre em contato com o vírus, a média para desenvolver a doença é de quatro a 12 dias. "Cinco dias é razoável, desde que exista, ao término deste período, um exame negativo para a covid-19. No entanto, mesmo com resultado negativo, a pessoa pode desenvolver os sintomas depois", ressalta.
Confira a entrevista da doutora Ana Helena Germoglio para o Agenda do Poder desta 5ª feira: