Substância permite prever gravidade da covid-19, diz estudo
Pesquisadora afirma que descoberta pode ser útil para a triagem de pacientes diagnosticados com doença
SBT News
Um biomarcador (marcador de saúde celular) conhecido como hfwe-Lose influencia na resposta imunológica do organismo contra o novo coronavírus e, portanto, possibilita prever se uma pessoa desenvolveria quadro mais leve ou mais grave de covid-19 caso fosse infectada, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Queensland, da Austrália, e da Universidade de Copenhagen, da Dinamarca.
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O trabalho, publicado na 2ª feira (18.out) na revista médica EMBO Molecular Medicine, analisou tecidos pulmonares infectados pelo Sars-CoV-2, obtidos de pessoas que morreram vítimas da covid no início da pandemia. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), "biomarcador é qualquer substância, estrutura ou processo que possa ser medido dentro de um organismo ou em seus produtos, que influencie ou prediga a incidência de efeito deletério ou doença".
Participante do estudo, a Dra. Arutha Kulasinghe, da Universidade de Queensland, explicou que os pesquisadores descobriram que "pacientes com lesão pulmonar aguda tinham níveis mais elevados do biomarcador [hfwe-Lose] em seu trato respiratório inferior e áreas de morte celular". Ainda segundo ela, "o marcador de saúde celular superou os métodos convencionais, como idade, inflamação e doenças coexistentes, na previsão de resultados de saúde, como hospitalização e morte, em pacientes com covid".
A descoberta, acrescenta a professora, pode ser útil para a triagem inicial de pacientes diagnosticados com covid, pois o hfwe-Lose -- que participa do processo do corpo para remover células indesejadas -- pode ser identificado com a coleta de material do nariz por meio de um swab (cotonete). "O marcador de aptidão celular permitiria às equipes médicas identificar pacientes com maior probabilidade de desenvolver sintomas graves, fornecer monitoramento mais próximo e acesso mais rápido à hospitalização e tratamento intensivo", pontou Kulasinghe.
Os pesquisadores pretendem repetir a análise agora em um número maior de pacientes, para verificar se o biomarcador é de fato muito importante para previsão do quadro de saúde de pessoas com covid.
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